O senador Romário (PSB-RJ) divulgou em suas redes sociais e no Plenário do Senado o documento emitido pelo banco BSI, da Suíça, confirmando que o extrato bancário em seu nome publicado pela revista Veja é falso. Segundo a publicação semanal da Editora Abril, Romário teria uma conta não declarada no BSI na qual estariam depositados cerca de 7,5 milhões de dólares.
“A dita revista menciona que o sr. Romário é titular de uma conta no banco BSI Suíça e publica um extrato bancário de número 032254AA de 1º de janeiro 2015 a 30 de junho 2015. Nós estabelecemos como certo que este extrato bancário é falso e que o sr. Romário de Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça”, afirma o BSI em nota oficial (leia a íntegra em francês).
Segundo banco, os fatos constituem “delitos penais graves” e, por isso, a instituição “solicita a abertura imediata de um procedimento penal” no Ministério Público da Suíça.
No Senado, Romário disse ter tido uma amostra “do que há de pior no jornalismo”, que se manifesta quando alguns profissionais “pensam que detêm a exclusividade da informação e da verdade”.
Romário reafirmou que disse aos repórteres de Veja que não era titular da conta mencionada e que não tinha relação como banco, mas “eles insistiram na veracidade do documento”. Mesmo diante da negativa, disse Romário, os jornalistas “não tiveram a prudência de investigar com afinco a veracidade do documento”.
Romário afirmou que o episódio serviu para mostrar a “falta de ética de Veja”, uma revista “sem credibilidade”, e prometeu pedir indenização por danos morais no valor de dez vezes o valor supostamente sonegado por ele: 75 milhões de reais, portanto.
Em nota publicada em seu site, Veja reconheceu que o extrato publicado por ela é falso e disse estar “revisando passo a passo o processo que, sem nenhuma má fé, resultou na publicação do extrato falso nas páginas da revista”:
Em seu perfil no Instagram e em sua página na internet, o senador Romário de Souza Faria publicou a informação de que recebeu do banco suíço BSI um documento (leia a íntegra em francês) enviado por aquela instituição financeira às autoridades daquele país. “Nós estabelecemos como certo que este extrato bancário é falso e que o Sr. Romário de Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça.”
O extrato em questão foi publicado há duas semanas por VEJA como prova de que Romário era titular de uma conta bancária na Suíça com saldo equivalente a 7,5 milhões de reais. O comunicado do BSI não deixa dúvida sobre as adulterações no documento e pede às autoridades que investiguem a autoria da falsificação.
Por ter publicado um documento falso como sendo verdadeiro, VEJA pede desculpas ao senador Romário e aos seus leitores. Esse pedido de desculpas não veio antes porque até a tarde desta quarta-feira ainda pairavam perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de cuja genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar.
A nota do BSI dissipou todas as questões a respeito do extrato. Ele é falso.
A investigação desse episódio, no entanto, continuará sendo feita por VEJA.
Estamos revisando passo a passo o processo que, sem nenhuma má fé, resultou na publicação do extrato falso nas páginas da revista, evento singular que nos entristece e está merecendo toda atenção e cuidado para que nunca mais se repita.
Não foi a primeira vez
A retratação por inverdades publicadas é prática comum na publicação da editora Abril. Em fevereiro deste ano Veja, por exemplo, desculpou-se com a família do ex-presidente Lula por ter publicado, com o título “Comemoração estrelada”, a realização de uma festa infantil de um sobrinho do ex-presidente que teria custado R$ 220 mil e sido paga em dinheiro. Tal festa nunca existiu, e Veja se retratou.
A revista está ainda sendo processada por Lula por conta da reportagem de capa da mesma edição em que foi publicada a denúncia falsa sobre Romário. O ex-presidente e a suposta fonte da denúncia conta Lula desmentiram a reportagem, que não foi repercutida em veículo algum.