Ponto de Fusão

Um projeto para o Futuro

O Parque Tecnológico de Sorocaba pode alavancar o desenvolvimento regional. Mas duas leis municipais precisam ser criadas para viabilizar a iniciativa.

Paulo Rogério Leite de Andrade / Impresa Smetal
Secom/Prefeitura Sorocaba
Projeto do núcleo do PTS, que será o primeiro prédio a ser construído no local

Projeto do núcleo do PTS, que será o primeiro prédio a ser construído no local

O Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) pode ser o maior empreendimento do gênero na América Latina, mas apenas os primeiros passos foram dados. Além disso, ao contrário do que boa parte da população imagina, o PTS não vai funcionar junto com a Toyota e nem vai fabricar produtos para comercialização. O parque vai apostar em criação de protótipos de produtos e suporte a projetos tecnológicos

Por Paulo Andrade

O Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), que está em fase de terraplenagem em uma área de 1,2 milhão de metros quadrados, próxima à rodovia Castello Branco, pode se tornar a maior iniciativa do gênero na América Latina. Mas até chegar a esse estágio, existe um longo percurso a ser percorrido, incluindo criação e aprovação de duas leis municipais, a conquista de um credenciamento estadual, a instalação das empresas e universidades que darão sentido ao PTS e a edificação dos prédios para abrigar essas instituições.

Ao contrário do que muitos sorocabanos imaginam, porém, o PTS não será uma incubadora do tipo convencional, onde as empresas compartilham a estrutura, instalam linhas de montagem e fabricam produtos para comercialização. “Dentro do parque não vai ter produção em série. A indústria que estiver lá [no PTS] vai desenvolver novos produtos, com apoio das universidades. Mesmo na incubadora [para pequenas empresas], o objetivo é desenvolver tecnologia. São os protótipos”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba, Mario Tanigawa.

O PTS vai ser um local onde empresas com base tecnológica e universidades que investem em pesquisa vão poder estar juntos para fazer ciência na prática. “Ali vamos desenvolver nossos pesquisadores; já as empresas vão aproveitar esse potencial e transformar conhecimento em riquezas”, afirma Tanigawa.

O desenvolvimento de tecnologia, numa era globalizada e de comunicação digital, é a prioridade dos países em desenvolvimento que planejam crescer e competir com as potências econômicas, que já tomaram a frente nesse processo muitos anos atrás.
“Com domínio tecnológico, além de poder competir com importados, há atração de empresas interessadas em inovação, os postos de trabalho são requalificados, o meio ambiente é levado em conta, a qualidade de vida melhora. O parque tecnológico é uma política pública de desenvolvimento econômico, social e ambiental, adotada pelo governo federal, pelo estado e, também, por Sorocaba “, defende Carlos Costa, diretor do Polo de Desenvolvimento e Inovação de Sorocaba (Podi).

Tempos atrás, para atrair empresas, os municípios criavam um distrito industrial, doava áreas ou oferecia terrenos a baixo custo. Segundo Costa, isso não atrai mais o empresariado. “O empresário moderno quer um local que o ajude a ficar em primeiro plano em termos de tecnologia”, esclarece.

Como será o PTS

Não há prazo para o PTS ser concluído. A obra atual se limita a uma pequena parte da área, onde será construído o núcleo do empreendimento. Mas após serem cumpridos todos os trâmites legais, haverá espaço para centenas de indústrias e universidades, incubadoras de tecnologia para pequenas empresas, cursos de pós-graduação, institutos que dão suporte para concluir ou regulamentar produtos, como registro de patentes e marcas, padronização de medidas e de qualidade.
Do total de 1.178.600 metros quadrados destinados pelo município para o PTS, 663 mil metros serão para os laboratórios de indústrias (principalmente do setor metalmecânico), 303 mil metros para as universidades. Outros 800 mil metros quadrados formarão um parque de bioversidade e 212 mil serão reservados como área de expansão.

Ainda dentro da área total será construído o núcleo do PTS, com 18 mil metros quadrados, onde vão funcionar a administração do parque, a incubadora e laboratórios para pequenas empresas, um auditório para 800 lugares e espaços para exposições e eventos.

É esse núcleo que será construído primeiro. Atualmente, o terreno passa por terraplenagem e a construção do prédio está em fase de licitação, que deve estar concluída até o início de maio deste ano, segundo a prefeitura. Após a licitação, o prazo para construção é de um ano.

A Câmara Municipal de Sorocaba autorizou convênio de até R$ 15 milhões com o governo do estado para edificar o núcleo. Desse valor, R$ 6 milhões já estão sendo utilizados pela prefeitura e o pedido de mais R$ 6 milhões está sendo elaborado.
Tanigawa prevê um investimento de outros R$ 30 milhões da própria prefeitura para conclusão de toda a estrutura do PTS, contando pavimentação, acessos, estradas e preparação para o parque receber investimentos privados. “Mas pode ser que esse valor não seja aplicado agora, na gestão do prefeito [Vitor Lippi – PSDB]. Pode ser que seja utilizado em 4 ou 5 anos”, prevê o secretário.

Projeto arquitetônico do parque, com 1,2 milhão de metros quadrados. Imagem: Secom/Sorocaba

Indústrias e universidades

A prefeitura não arrisca dizer quantas empresas vão poder ser instalar no local porque as áreas destinadas a elas serão divididas em módulos ou lotes, que podem ser conjugados ou divididos. No prédio do núcleo haverá 90 módulos para pequenas e micro empresas que não têm condições de construir sua própria estrutura. Na área destinada às indústrias haverá 72 lotes, de 3 mil metros quadrados cada.

De acordo com o diretor do PODI, “Teve empresa que já nos procurou para implantar um laboratório de 40 mil metros, que ocuparia 12 ou 13 lotes. Mas ainda temos que estudar para ver se vale a pena tanto espaço para um projeto. Temos também iniciativas para as quais mil metros são suficientes”.

Sobre o número de universidades que vão se instalar, também não há número preciso. “Temos uma formatação primária. Estamos estudando melhor essa área [destinada às universidades]”, explica Costa.
Tanigawa, porém, garante que todas as faculdades e universidades de Sorocaba já mostraram interesse em estar dentro do parque. Ele cita a Uniso, Unesp, Ufscar, Facens e Fatec como exemplos locais e afirma que outras instituições de ensino superior, sem câmpus em Sorocaba, podem se interessar pelo PTS.

Leis ainda não estão prontas

A definição mais precisa de como será a ocupação do parque depende de duas leis que o município não tem: A Lei de Inovação de Sorocaba e a Lei de Gestão do PTS. Embora secretário e diretor reclamem que a falta das leis impede a assinatura de protocolos de intenções com indústrias e universidades, está nas mãos da própria prefeitura elaborá-las.

“Estamos correndo para formatar os modelos das duas leis ainda no primeiro semestre deste ano”, afirma Tanigawa. “Aí, vamos enviar os projetos de lei para a Câmara. Aprovadas pelos vereadores, as leis vão para promulgação pelo prefeito”, explica.

A respeito desse trâmite, a prefeitura tem recebido críticas da oposição. “Parece que o prefeito que alijar a sociedade dessa discussão. A Câmara Municipal e o movimento sindical não estão participando desse processo. A maioria das informações que temos é pela imprensa”, afirma Izídio de Brito, vereador pelo PT e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

A imprensa em geral tem dado destaque para a elaboração da Lei de Gestão do PTS, que vai determinar quem vai gerenciar o parque, as normas de gestão e a estrutura do corpo técnico gestor. No entanto, a Lei de Gestão terá que respeitar uma Lei de Inovação de Sorocaba, que também está sendo elaborada e deve se adequar à legislação federal e estadual que tratam do assunto.

Local onde será edificado o núcleo do PTS está em fase de terraplenagem. Foto: Zaqueu Proença/Secom

Inovação e gestão

A Lei de Inovação vai definir como o município vai tratar todas as questões referentes às inovações, ciência e tecnologia. Entre essas questões estão os instrumentos que vão balizar as iniciativas nesse sentido e a criação de um conselho municipal de ciência e tecnologia. A estrutura da lei municipal terá que seguir diretrizes previstas nas leis nacional e estadual de inovação.

“Se a cidade não tem uma lei municipal que trata de inovação, como é que vai tratar um parque tecnológico?”, questiona Costa. “Se fizéssemos só a lei de gestão queimaríamos uma etapa importante e poderíamos sofrer conseqüências no futuro”.
Já a Lei de Gestão vai definir como e por quem o parque será gerenciado. Uma equipe da prefeitura tem estudado vários modelos de leis e visitado parques tecnológicos. Há parques instalados a partir de universidades, como o de São Carlos, e outros que são iniciativa da administração municipal, como são os casos de Londrina, São José dos Campos e também de Sorocaba.

A prefeitura já sabe que o PTS será uma instituição pública, mas ainda não definiu qual será o órgão gestor. Tanigawa afirma que o gerenciamento não deve ser feito diretamente pela administração municipal, “pois o parque tem que ter uma certa independência em termos e gestão”.

A tendência é criar uma empresa pública ou uma autarquia para gerenciar o parque. Em Sorocaba, a Urbes é um exemplo de empresa pública e o Saae, de autarquia. Mas não está descartado o gerenciamento incluir a contratação de empresas terceirizadas. “Uma coisa é o órgão gestor, outra é o executor. Tem serviços técnicos privados ou pessoas do meio científico que podem cumprir funções executivas”, explica Costa.

Incentivos, vocação e intercâmbio

O governo municipal também considera importante Sorocaba seguir todos os trâmites para fazer parte do sistema paulista de parques tecnológicos, chamado SPTec. No momento, Sorocaba está entre os 18 municípios paulistas em fase de pré-credenciamento, outros 12 fizeram pedidos de pré-credenciamento, dos quais vários estão desistindo no meio do caminho por falta de recursos. Apenas o parque de São José dos Campos está plenamente credenciado.

O sistema paulista segue diretrizes nacionais para parques tecnológicos. O fato de Sorocaba se inserir no SPTec, que segue a lei nacional de inovação, facilita a vinda de incentivos e benefícios fiscais, tanto do estado quanto do governo federal.
“Além de trazer mais recursos, a integração a essa rede fortalece o parque no sentido de trocar informações, participar desse ambiente estadual e nacional”, afirma o diretor do Podi, Carlos Costa.

Cada parque tecnológico da rede dá prioridade à vocação econômica da região onde está instalado. No caso de Sorocaba, as principais pesquisas, serviços e estrutura serão voltados para o setor metalmecânico, com destaque para o setor automotivo.
Isso não significa que não haverá atendimento para empreendimentos de outros setores, como o agrícola, que é a base econômica de vários municípios da região. Porém, nesses casos, o PTS fará intercâmbio com outros parques, como o de Barretos, que será especializado em agroindústria e agronegócio. Da mesma forma, caso as empresas de Sorocaba que fazem manutenção de aeronaves tenham um projeto, o PTS poderá acionar o parque de São José dos Campos, que é voltado para o setor.

Mesmo tendo a indústria metalúrgica como a principal vocação de Sorocaba, há aspectos econômicos e sociais no atendimento de outras demandas. “Estamos cientes da questão social. Temos um estudo. Somente no entorno de Sorocaba, que é a cidade líder da região, temos 2,5 milhões de habitantes”, revela o diretor.


Carlos Costa, diretor do PODI. Foto: Foguinho/ Imprensa Smetal

Empregos e qualidade de vida

O governo de Sorocaba admite que o número de empregos a serem gerados no PTS pode frustrar expectativas, principalmente se comparado à Toyota, que deve criar cerca de 2 mil empregos diretos e até 10 mil indiretos na cadeia produtiva.
O PTS vai empregar pesquisadores, cientistas, professores, consultores e auxiliares desses profissionais, além de trabalhadores das empresas de suporte às instituições que vão funcionar no parque, que terá também postos bancários, espaço para feiras de negócios, locais de alimentação e outros serviços.

“Vamos supor que um parque tecnológico empregue mil doutores pesquisadores. Pode não ser grande coisa em termos de emprego, mas esses mil profissionais vão gerar tecnologia para atrair muitas Toyotas e ajudar muitas empresas locais a tratar sua tecnologia e gerar empregos”, afirma Costa.

“E as empresas de alta densidade tecnológica atraídas pelo parque normalmente são as menos poluidoras e que se preocupam com a qualidade de emprego e de vida naquela região”. O diretor ressalta ainda que a qualidade de vida também é um fator essencial para atrair bons investimentos atualmente.

As leis e estudos que tratam do desenvolvimento no País, bem como autoridades e líderes sindicais, afunilam para um consenso: o Brasil precisa urgente investir mais em geração de conhecimento e em novas tecnologias. Caso contrário, vai ter seu parque industrial sucateado, não conseguirá promover o desenvolvimento sustentável e os produtos fabricados por brasileiros serão, cada vez mais, substituídos pelos importados.

A um clique da China

Atualmente, numa simples operação eletrônica, uma empresa do Brasil encomenda produtos prontos ou componentes na China e os recebe em menos de 50 dias. Esse prazo é quase o mesmo de uma encomenda entre empresas nacionais. Esse é mais um motivo para os governos municipal, estadual e federal dedicarem atenção às inovações tecnológicas, que podem melhorar produtos e formas de produção no Brasil.

“Quem compra – seja uma empresa ou um indivíduo – não quer saber se o produto é nacional ou importado. Se comprar barato e com qualidade boa, é isso que interessa para ele. O comprador não vai pensar: ‘ vou pagar mais caro para manter o emprego dos brasileiros'”, afirma Mario Tanigawa, secretário de Desenvolvimento de Sorocaba e um dos responsáveis pela instalação do futuro Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).

Para o secretário, se outros países, como a China, continuarem “invadindo” tecnologicamente o Brasil, “vamos importar cada vez mais produtos e ficar arrumando emprego para chinês lá na China”.

“Ter domínio tecnológico, com qualidade de vida e sem precarização do trabalho, foi um dos principais focos do governo Lula (PT) e continua agora também com Dilma Roussef. Para isso foi modernizada a legislação, foram promovidos amplos debates sobre ciência”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba.

“O governo federal também tem investido pesado em qualificação do trabalhador. Sorocaba, aliás, ainda não conta com uma Escola Técnica Federal porque o governo municipal não quer”, critica Terto.
Já Tanigawa cita investimentos do estado em formação tecnológica para Sorocaba, como a ampliação da Fatec no ano passado, que tinha 900 estudantes e hoje tem 3 mil. Cita também uma segunda unidade do Senai, que será construída na cidade, na Zona Norte.

Mas o secretário admite que os governos de São Paulo e de Sorocaba (ambos tucanos) estão afinados com as intenções do governo federal, de criar condições para o desenvolvimento tecnológico.

Secretário de Desenvolvimento, Mario Tanigawa. Foto: Foguinho/ Imprensa Smetal

Toyota é outra coisa

Além da questão da finalidade e dos prazos, outra grande dúvida na população de Sorocaba sobre o parque tecnológico é a relação dele com a fábrica da Toyota, que deve começar a produzir seus primeiros veículos na cidade no segundo semestre de 2012. Em uma rápida enquete com metalúrgicos, é fácil constatar que muitos imaginam que a Toyota irá funcionar dentro do parque ou que o PTS irá existir para atender à montadora japonesa.

Segundo a prefeitura, não é nada disso. O PTS é uma coisa e a Toyota é outra. A relação entre os dois é a proximidade geográfica. Ambos estão sendo instalados na região Norte de Sorocaba. O PTS fica no final da avenida Itavuvu, vizinho da Toyota, que está sendo construída na altura do km 92 da rodovia Castello Branco.

O equívoco tem seus motivos. Ambas as iniciativas começaram a ganhar manchetes na imprensa na mesma época, há cerca de dois anos, e os empreendimentos geram grandes expectativas nos trabalhadores, em termos de empregos e melhoria no nível salarial.

“Para nós, a dúvida persiste. O parque tecnológico é ótimo, mas não pode existir só em função da Toyota nem estar condicionado a ela. O governo Lippi diz que não será assim, mas a falta de participação dos atores sociais, como o sindicato, na elaboração do projeto, nos autoriza a manter a dúvida”, questiona Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

Apoio com ressalvas
Por Paulo Andrade

Um dos principais líderes de oposição ao governo do PSDB em Sorocaba, o vereador Izídio de Brito (PT) apoia a instalação do parque tecnológico na cidade e defende a rápida tramitação dos projetos de lei que regulamentam a iniciativa. Porém, ele critica a prefeitura por não envolver a sociedade na elaboração dessas leis. “Não abro mão de haver participação de vários segmentos sociais prevista nas leis que vão tratar de inovação tecnológica na cidade”, afirma o parlamentar, que em fevereiro deste ano assumiu a presidência da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.

Segundo Izídio, a prefeitura não previa a participação do movimento sindical e nem da Câmara de vereadores no Conselho Municipal que vai debater o parque tecnológico. “Tivemos que brigar para incluir esses segmentos no Conselho, que já existe em lei mas ainda não foi convocado. Não queremos que aconteça o mesmo com a Lei de Inovação”.

O vereador também se diz preocupado com a relação do parque com a montadora Toyota, que está se instalando na cidade, deverá ter um laboratório de pesquisas no local e ser uma das âncoras da iniciativa. “Queremos garantir que o parque (PTS) não vá existir somente em função da Toyota. Não pode depender da montadora. Tem que ser abrangente, atender iniciativas de inovação de todos os portes, ter planejamento para o futuro e ter um viés não só econômico, mas também social”, defende.

Caso atenda a essas expectativas, o vereador petista diz que vai estar entre os que vão defender agilidade na aprovação das leis relacionadas ao PTS. “Mas está nas mãos da prefeitura. Essas leis já deveriam estar prontas. No final de 2010, por exemplo, o governo disse que elas estariam prontas no primeiro trimestre de 2011. Agora ficou para o fim do primeiro semestre. Mas o fato é que o estado de São Paulo e Sorocaba estão atrasados”, critica.

Vereador Izídio de Brito (PT). Foto: Foguinho/ Imprensa Smetal

Inovação Tecnológica é tema de lei federal e estadual
Por Valdinei Queiroz

O decreto de regulamentação que será implantado no Parque Tecnológico de Sorocaba tem como base a Lei Complementar do Estado de São Paulo nº 1049 (aprovada em junho de 2008), que por sua vez tem como diretriz a Lei Federal de Inovação n° 10.973 (sancionada em dezembro de 2004).

A exemplo da lei federal, a paulista tem o intuito de estimular as instituições (universidades, institutos de pesquisas e centros de conhecimento), empresas, pesquisadores públicos ou do setor privado e inventores a participar no processo de inovação tecnológica.

Alem disso, há dispositivos que permitem às universidades públicas e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) investirem seus recursos em empresas inovadoras ou outros empreendimentos privados que tenham por finalidade criar ambiente favorável à inovação.

No artigo 28 da Lei aparece a questão dos recursos financeiros: “As despesas resultantes da aplicação desta lei complementar correrão à conta de dotações próprias consignadas nos orçamentos dos respectivos órgãos da administração pública direta e indireta.” Para saber mais sobre a Lei Paulista acesse www.desenvolvimento.sp.gov.br.

Credenciamento

De acordo com o site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de SP, em todo o Estado de São Paulo, existem 30 iniciativas para implantação do Parque Tecnológico. O primeiro a receber status em definitivo no sistema foi São José dos Campos.

Enquanto outras 18 cidades estão com credenciamento provisório: Araçatuba, Barretos, Botucatu, Campinas (três iniciativas: Pólo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, CPqD e CTI-TEC), Ilha Solteira, Mackenzie-Tamboré, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos (duas iniciativas: ParqTec e EcoTecnológico), São José do Rio Preto, São Paulo (duas iniciativas: Jaguaré e Zona Leste) e Sorocaba.

O Parque Tecnológico de São José dos Campos foi criado em fevereiro de 2006. A administração central é exercida pela Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos, entidade gestora jurídica própria e sem fins lucrativos, qualificada pelo poder público municipal como organização social, com quem firmou contrato de gestão.

Parceria com o setor educacional
Por Valdinei Queiroz
Traçar parcerias é fundamental no projeto de implantação de qualquer Parque Tecnológico. Em Sorocaba há dezenas de escolas técnicas, faculdades e universidades que dão os alicerces de profissionalização ao estudante entrar, futuramente, no mercado de trabalho. Oferecem também cursos para quem já está empregado, mas que necessita de mais conhecimento para crescer na empresa.

Além de proporcionar condições para a inovação tecnológica, o Parque também traz avanços nas empresas, através de pesquisas feitas pelas entidades educacionais.

No PTS não haverá aulas de graduação. Mas haverá cursos de pós-graduação, palestras e outros eventos promovidos pelas universidades.

Cada órgão de educação tem sua área de atuação, ou seja, nem todos os centros de educação irão participar do projeto. Só irão desenvolver o trabalho entidades que auxiliem as necessidades das empresas. E nesse diálogo, por meio do Parque Tecnológico de Sorocaba, que as instituições de ensino irão ajudar as indústrias com suas demandas.

Para o Reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Fernado de Sá Del Fiol, o Parque vem como instrumento para que as empresas supram com suas necessidades. “Caso uma empresa precise de um estudo ou quer algo do nosso laboratório, é por meio do centro tecnológico que teremos esse diálogo”, aponta.

A ideia da Uniso é ter um escritório dentro do Parque Tecnológico. Nesse local a universidade irá mostrar as linhas de pesquisa, sua área de atuação, para que as empresas de Sorocaba vejam o trabalho desenvolvido.
Com a implantação desse espaço em Sorocaba, os professores e pesquisadores deverão tirar seus projetos e ideias da gaveta, e proporcionar um estudo de qualidade. “O laudo de um pesquisador/professor representa confiabilidade. O docente apresenta toda uma teoria e prática e, dessa forma, dando resultado as empresas em curto prazo”, argumenta Fiol.

Até o momento, nenhuma escola técnica, faculdade ou universidade foi confirmada no Parque Tecnológico de Sorocaba.

Oportunidade de empregos

Além dos estudos, do diálogo com as empresas, outro ponto positivo que deve ser destacado, segundo Cleyton Fernandes Ferrarini, do Grupo de Estudos e Pesquisa em Inovação e Transferência Tecnológica (GEPITec) do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é a vinda de novas empresas. “O Parque irá atrair empresas e, assim, aumentar oportunidades de emprego”, afirma. O reitor da Uniso é mais otimista: “Sorocaba vai crescer três vezes mais com a implantação do Parque Tecnológico.”

Fernando de Sá, reitor da Uniso. Foto: Foguinho/ Imprensa Smetal

Fonte: Reportagem da Revista Ponto de Fusão, dos metalúrgicos de Sorocaba e Região, edição nº 2, lançada em março 2011

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