O reajuste nos preços dos combustíveis nas refinarias, anunciado na semana passada pela Petrobras, chegou ao consumidor sorocabano. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro da gasolina já é vendido a R$ 7,19 em Sorocaba, enquanto o valor médio do produto está em R$ 6,84. O período analisado pelo órgão foi de 13 a 19 de março.
Na semana passado, dados da ANP mostravam que o litro da gasolina custava, em média, R$ 6,24 e chegando ao preço máximo de R$ 6,59. Os números representam um aumento de 9,10% no valor máximo e 9,62%, na média.
O levantamento da ANP revela, ainda, que o preço médio da gasolina no país está em R$ 7,26, o que representa um aumento de 8,68% em uma semana. No período de 12 meses, o litro do combustível no Brasil aumentou 29,8%.
Gás de cozinha
O gás de cozinha também subiu em Sorocaba. Na semana anterior ao dia 13 de fevereiro, o botijão de gás de 13kg era vendido por R$ 103,68, na média, e por R$ 115, no valor máximo. Agora, o produto custa em média R$ 110,93 e atinge o máximo de R$ 120.
Diesel
O aumento promovido pela Petrobras, elevou também o preço do óleo diesel, que custava R$ 5,91 e agora é vendido a R$ 6,75. O reajuste foi na ordem de 14%. Em ano, o valor do produto subiu 55,8%, saltando de R$ 4,33 para R$ 6,75.
Para o economista Fernando Lima, da subseção do Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), a tendência é que esse cenário crie um efeito cascata. “Era de esperar que a decisão da Petrobras chegasse ao consumidor. Já prevíamos na semana passada que a gasolina batesse a casa dos R$ 7 e o gás de cozinha chegasse aos R$ 120. Agora, o crescimento do diesel pode trazer outros reflexos. Com o diesel mais caro, sobe o valor do transporte, impactando diretamente no preço dos produtos. Além disso, o diesel é fundamental em diversos processos produtivos nas indústrias e o aumento vai refletir no valor do produto final”.
Leandro Soares, presidente do SMetal, lembra que a política de preços praticada pela Petrobras só tem a finalidade de enriquecer os acionistas da empresa. “Nos últimos anos, com a venda de fatias da estatal para empresas estrangeiras, passamos a pagar pelo que nosso e pagar muito caro porque pagamos em dólar. Quem lucra são os acionistas, que embolsaram cerca de R$ 100 bilhões no ano passado com nosso petróleo. O trabalhador brasileiro, por sua vez, sofre cada dia mais com os aumentos dos preços para sustentar a família”.
Ele completa que é preciso mudar esse cenário. “Precisamos de um governo que defenda o povo brasileiro, que defenda a classe trabalhadora. Somos nós que produzimos e, consequentemente, geramos riquezas e movimentamos a economia desse país. Precisamos de valorização para termos uma vida digna”.
O reajuste
O aumento no preço dos combustíveis nas refinarias foi anunciado na quinta-feira, 10, passada. O preço médio da gasolina aumentou em 18,77%, passando de R$ 2,25 para R$ 3,86 o litro. O diesel, por sua vez, teve alta de 24,9%, subindo de R$ 3,61 para R$ 4,51. Por fim, no caso do gás de cozinha, o reajuste foi de 16,1%, sendo que o preço médio de venda para as distribuidoras foi de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo. Com isso, cada botijão de gás de 13 quilos passa a valer R$ 58,21.
Em nota, a Petrobras justificou a medida dizendo que, “esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.