“Tá tudo muito caro!”. Quem já não ouviu ou falou essa frase provavelmente não mora no Brasil… É que além da percepção, os números confirmam que está mesmo tudo muito caro, principalmente quanto o assunto é a alimentação básica.
Em Sorocaba, a cesta básica teve um aumento de 27,81% se comparados os preços de agosto 2020 e agosto de 2021, isso representa R$208,24 a mais que saem do bolso de quem já sofre com vários aumentos. O preço total da cesta básica chegou a R$957,13.
Esse valor consome 87,01% do salário mínimo brasileiro, que hoje é de R$1.100. Os dados são de estudo divulgado pelo Laboratório de Ciências Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso) e mostram que também houve aumento se comparado com julho de 2021: 0,18%.
Entre os produtos com maior alta de agosto a agosto, estão o óleo de soja (67,53%), frango (57,70%), sabão em barra (52,54%), carne (47,97%) e açúcar refinado (45,67%). Dos 34 itens que compõe a cesta básica sorocabana, só sete apresentaram queda: extrato de tomate (-1,85%), batata (-3,71%), desodorante (-3,75%), papel higiênico (-5,72%), feijão (-8,83%), alho (16,60%) e a cebola (-41,08%). Veja tabela completa ao lado.
Nós já mostramos em outra reportagem que o metalúrgico chega a gastar metade do salário só com a alimentação básica. Somado com gás de cozinha e combustível, o trabalhador chega a comprometer 73% do salário.
Para Leandro Soares, presidente do SMetal, é mais um peso no bolso do trabalhador. “Com o preço que os alimentos chegaram, sobrar alguma coisa no final do mês é raro. Estamos com a corda no pescoço e a situação piora a cada mês. É por isso que nossa luta pelo trabalhador não vai parar, estamos em plena Campanha Salarial da categoria e precisamos valorizar os salário acompanhando a inflação, que chegou a 10,42% e ainda garantir aumento real a todos”, conclui.
Tendência nacional
A alta não é exclusividade de Sorocaba. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), das 17 capitais analisadas 13 tiveram aumento no custo médio da cesta básica.
Ao comparar agosto de 2020 a agosto de 2021, o preço dos alimentos básicos subiu em todas as cidades que fazem parte do levantamento, oscilando de 11,90% em Recife a 34,13% em Brasília.
São Paulo aparece em terceiro lugar no aumento (20,47%) e também tem a terceira cesta básica mais cara do país: R$650,50, esse valor corresponde a 63,93% do salário mínimo líquido. O paulista precisa cumprir uma jornada de trabalho de 130 horas e 6 minutos para conseguir comprar a cesta básica.