O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) repudiou as recentes declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/SP), que dirigiu o seu discurso de ódio às comunidades quilombolas.
O SMetal entende que a fala de Bolsonaro contribui para a manutenção dos estereótipos e alimenta o ódio arraigado na sociedade brasileira contra a comunidade negra. A entidade também cobra um posicionamento da Câmara dos Deputados, que tem por obrigação que se posicionar, assim como a Justiça brasileira.
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Nota de Repúdio
Jair Bolsonaro já fez apologia ao estupro. Homenageou ditador em rede nacional de televisão. E parece passar imune a tudo isso. Ele é deputado. Recebe, portanto, dinheiro público para, supostamente, trabalhar pela sociedade. Em mais de 25 anos de Câmara, Bolsonaro nada fez de produtivo. Pelo contrário.
Dias atrás, o discurso de ódio de Bolsonaro se voltou, outra vez, às comunidades quilombolas e à população negra em geral. “Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles”, disse ele, recebendo aplausos e risos da plateia.
Onde? No Clube Hebraica, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Isso mesmo, os mesmos descendentes dos judeus perseguidos e exterminados com o mesmo discurso de ódio que Bolsonaro destila aos quatro ventos.
É inadmissível que Bolsonaro continue assim livremente. A fala do deputado atinge a honra da comunidade quilombola e a sociedade negra de modo geral. Ele desrespeita o importante papel que as comunidades quilombolas desempenham tanto na economia quanto em manter viva a cultura dos seus antepassados, que nada mais é do que a nossa cultura.
Bolsonaro atenta contra a dignidade dos brasileiros e brasileiras negros, que por séculos foram escravizados e, quando não serviam mais, jogados à margem da sociedade. Bolsonaro diminui a sociedade negra, aquela que ainda é a que mais morre, que menos ganha, que menos tem emprego.
O nada nobre deputado contribui para a manutenção dos estereótipos e alimenta o ódio arraigado na sociedade brasileira contra a comunidade negra.
É preciso dar um basta. A Câmara dos Deputados tem, por obrigação, que se posicionar. A Justiça precisa responder à altura. Porque parece irreal que, em pleno 2017, esse cidadão traga um discurso de séculos atrás e fique por isso mesmo.
Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região