O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região repudia a atitude arbitrária que a Nipro Medical tomou no início da tarde desta segunda-feira, dia 21, ao demitir aproximadamente 30 trabalhadores que reivindicavam melhorias no transporte, na participação nos resultados e na grade salarial aplicada pela empresa.
Os demitidos foram utilizados, pela empresa, como instrumentos de represália contra centenas de outros funcionários que haviam participado, nos dias 17 e 18 de março, de uma paralisação em virtude de reivindicações não-atendidas.
Na tarde desta segunda-feira, dia 21, após terem encerrado a greve no período da manhã e concordado em continuar negociando melhorias, funcionários da Nipro e Sindicato dos Metalúrgicos foram surpreendidos com o anúncio de demissão em massa.
A fábrica, de origem japonesa e fabricante instrumentos médicos, fica às margens da rodovia Castelinho, em Sorocaba, e emprega cerca de 350 trabalhadores.
Para o Sindicato, a Nipro foi desleal e antidemocrática e por isso merece o repúdio não só da categoria metalúrgica, mas de toda a sociedade.
O Sindicato vai tomar todas as medidas de mobilização sindical e jurídicas para reintegrar os funcionários ao trabalho e pedir à Justiça que a empresa seja punida por suas ações contra o direito constitucional de organização dos trabalhadores.
Atitudes anti-sindicais como a da Nipro são condenadas por todos os países democráticos do mundo, que consideram esse expediente repressor como um sinal de inaptidão gerencial para o diálogo entre capital e trabalho.
Histórico
Desde o ano passado os trabalhadores reivindicam diversas melhorias junto à direção da empresa. Entre as reivindicações, a revisão da grade salarial é considerada uma das mais importantes pelos funcionários, além de melhorias no transporte e negociações mais ágeis de participação nos resultados (PPR).
A empresa chegou, inclusive, a implantar uma nova grade salarial em janeiro, “mas na verdade ela só mudou a nomenclatura. Aumento, mesmo, os trabalhadores não tiveram”, afirma Marcos Roberto Coelho, diretor do Sindicato.
Segundo o Sindicato, a empresa baixou o salário de contratação após aplicar os reajustes da grade salarial, o que tornou o acordo negociado praticamente nulo.
No último dia 10, após a empresa cortar até mesmo a salada das refeições, os trabalhadores promoveram um ato de protesto de duas horas na entrada de cada turno.
No dia 17, descontentes, os trabalhadores cruzaram os braços. Na manhã desta segunda eles voltaram ao trabalho e, à tarde, como represália, a empresa mandou os 30 funcionários embora.
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região