Desde o início deste ano, foram confirmados seis casos de Leishmaniose Tegumentar e um caso de Leishmaniose Visceral, ambas em humanos, em Sorocaba. Os dados, da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Vigilância em Saúde, são parciais até o dia 18 deste mês.
Em 2014, foram nove casos de Leishmaniose Tegumentar e três Visceral.
A Leishmaniose é uma doença conhecida por ser contraída por cachorros, mas pode contagiar felinos e roedores também. Por ser transmitida por mosquito a doença pode atingir o ser humano.
Tegumentar
Conforme o Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde a Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acometem o homem e provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores.
O agente transmissor é a fêmea infectada do mosquito Lutzomyia, conhecido popularmente por mosquito-palha, um inseto bem pequeno que permanece com as asas levantadas durante o pouso.
A doença se manifesta sob duas formas: cutânea e mucosa, que podem apresentar diferentes manifestações clínicas.
Na forma cutânea pode apresentar lesões indolores, com formato arredondado ou ovalado, fundo avermelhado com granulações grosseiras. Já a forma cutânea é caracterizada pela presença de lesões destrutivas localizada na mucosa, em geral nas vias aéreas.
As lesões da leihmaniose tegumentar podem regredir espontaneamente ou com o uso de medicamentos convencionais. No entanto, qualquer ferida na pele que custe a cicatrizar exige avaliação médica especializada.
Visceral
A Leishmaniose Visceral é doença crônica e se não for tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. O cão é a principal fonte de infecção e a transmissão é feita pelo mosquito-palha, também conhecido por Tatuquira ou Birigui. Não ocorre transmissão de pessoa para pessoa.
O que mais causa preocupação no caso da Leishmaniose Visceral é que só uma pequena parcela de pessoas infectadas apresenta sintomas da doença. Entre as manifestações estão: febre de longa duração, perda de peso, fraqueza, hepatomegalia (inchaço do fígado), anemia, entre outras.
Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.
Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.
A leshmaniose é um problema de saúde pública, de notificação compulsória. O SUS oferece tratamento gratuito para a doença.
Recomendações
De acordo com o Manual de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, algumas medidas simples podem prevenir o risco de transmissão da leishmaniose. São elas:
* Lembre-se de usar produtos repelentes de insetos nos ambientes que favorecem o desenvolvimento de mosquitos vetores do protozoário;
* Evite a exposição nos horários em que os mosquitos estão mais ativos, ou seja, ao amanhecer e no final da tarde;
* Coloque mosquiteiros ao redor das camas, e telas na portas e janelas;
* Conserve limpos quintais e terrenos baldios próximos das casas a fim de evitar criadouros de insetos;
* Dê destino adequado ao lixo doméstico. Isso ajuda a manter afastados roedores que podem servir reservatório dos parasitas;
* Mantenha a distância de pelo menos 400 ou 500 metros entre as residências e a mata nas áreas de maior risco;
* Cuide da saúde do seu cão. Existem serviços veterinários públicos voltados para o atendimento dos animais domésticos de maneira geral.