Servidores do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) iniciaram na manhã desta quarta-feira uma paralisação de 72 horas, que deve se estender até a manhã de sexta-feira (10). A adesão foi decidida em assembleia realizada ontem. Alguns setores da universidade terão o funcionamento prejudicado, mas as aulas não foram interrompidas.
O objetivo da mobilização, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico Administrativos da UFSCar (SintUFSCar), é pressionar o Congresso Nacional a não aprovar projetos que retiram direitos do trabalhadores. “Nós gostaríamos que o governo negociasse com a gente reposição salarial, porque estamos perdendo com a inflação e não há nenhuma perspectiva de reposição visto que já tivemos defasagem do nosso reajuste. Somos contra os contes do orçamento da educação, não temos esse apoio para investimento em educação”, comentou o diretor regional do sindicato Rogério Ribeiro. De acordo com o diretor a paralisação afetará os serviços no labotarório, na biblioteca e em alguns setores da administração da universidade.
Segundo ainda o diretor do sindicato cerca de 100 servidores do campus Sorocaba participaram de uma assembleia realizada ontem em São Carlos e definiram pela paralisação. Os servidores realizam atividades organizadas pelo SintUFSCar e pelo Comando de Mobilização. Além de Sorocaba, o campus de Araras (SP) também teve paralisação de funcionários. “Acreditamos que a adesão seja de 60% a 70% do quadro de funcionários”, comentou Ribeiro. Segundo o diretor os estudantes foram comunicados da decisão. “Ontem divulgamos para a comunidade universitária, todo mundo tem ciência da paralisação”, comentou. Hoje o sindicato fará visita no campus Lagoa do Sino da UFSCar em Buri.
Ainda de acordo com o sindicato, a greve faz parte da Jornada Nacional de Luta dos Servidores Públicos Federais. A Câmara dos Deputados deve iniciar nesta quarta-feira (8) a votação do projeto de lei 4330/2004, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho. Se aprovado, será encaminhado diretamente para votação no Senado. “Somos contra esse modelo de terceirização, a mesma coisa que acontece com o caso das merendeiras de Sorocaba, essa falta de pagamentos também acontece com os terceirizados da UFSCar e a gente é contra esse mobelo que está prejudicando os funcionários”, ressalta. A reportagem entrou em contato com a assessoria do campus Sorocaba que informou que a universidade se posicionará oficialmente por e-mail ainda hoje.
Greve
Em março de 2014, servidores técnico-administrativos de três campus da UFSCar entraram em greve após uma assembleia. A categoria cobrava racionalização dos cargos, revisão do reposicionamento de aposentados, além do fim da terceirização de serviços. O movimento contou com a adesão de 70% dos 900 trabalhadores dos três campus.
Após 99 dias de paralisação, os servidores voltaram ao trabalho oito dias depois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar o fim das paralisações dos servidores das universidades e institutos federais e indicar retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa. (Simone Sanches)