Os trabalhadores do primeiro turno da Toyota de Sorocaba chegam, nesta sexta-feira, dia 4, ao segundo dia de greve. Os metalúrgicos da montadora aprovaram a paralisação por tempo indeterminado na tarde de quarta-feira, dia 2, e exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra. Até agora, a empresa não apresentou proposta ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
Na manhã desta sexta-feira, às 6 horas, praticamente todos os 900 metalúrgicos do primeiro turno montadora aderiram à greve e após participarem do protesto que durou uma hora, em frente ao portão 1 da fábrica, foram embora para casa.
Como a greve começou às 17h de quarta-feira, dia 2, com o pessoal do segundo turno, a paralisação completará três dias na tarde de hoje. No total, a Toyota em Sorocaba tem 1.500 funcionários.
A adesão espontânea dos trabalhadores ao movimento grevista ocorreu mesmo com o chamado “interdito proibitório” obtido pela Toyota na Justiça nesta quarta, dia 3. A liminar não proíbe a greve, mas determina que o sindicato não promova “atos que impeça o livre acesso” dos trabalhadores à empresa.
Limite para a fábrica
Por outro lado, o despacho do juiz Walter Gonçalves, da 3ª Vara do Trabalho de Sorocaba, sobre o interdito, é claro ao afirmar que a Toyota também fica proibida de pressionar os trabalhadores a entrarem na empresa. “Fica vedado à empresa adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento”, determina a decisão judicial.
“O Sindicato respeitou a decisão liminar e não impediu nenhum trabalhador de entrar na fábrica. Mesmo assim, eles estão mobilizados, unidos e aprovaram a continuidade da greve. Porém, a gente já recebeu uma série de denúncias de que representantes da empresa estariam pressionando os funcionários, telefonando e fazendo ameaças. Portanto, é a Toyota que está desrespeitando a decisão da Justiça”, afirma João Farani, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
O Sindicato pede que os trabalhadores que forem vítimas ou tiverem conhecimento de casos de coação, assédio ou qualquer tipo de pressão praticados pela empresa, a fim de forçar o funcionário a retornar às atividades, denuncie ao Sindicato.
As denúncias podem ser feitas por meio do site da entidade, no campo “Denuncie“, pelo e-mail diretoria@smetal.org.br ou pelo telefone (15) 3334-5400.