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Copa do Mundo

Seleção canarinha terá nova chance de vencer o Mundial em casa

Para chegar a tão sonhada conquista, o primeiro desafio será contra a Croácia nesta quinta-feira (12), às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo

Imprensa SMetal

A seleção brasileira teve que esperar 64 anos para ter nova chance para conquistar a Copa do Mundo nos seus domínios. A primeira oportunidade de se consagrar campeão no País foi em 1950, quando enfrentou na final o Uruguai. O gol marcado por Friaça, aos 47 minutos de jogo, encheu de esperança o povo brasileiro de ganhar pela primeira vez a Copa do Mundo.

Porém, aos 66 minutos, Schiaffino empata a partida para a Celeste. A torcida uruguaia vai ao delírio, em pleno Maracanã, que havia sido inaugurado naquele ano. Minutos depois, o sonho de conquistar a Copa se tornaria ilusão. Ghiggia chuta a bola em direção ao gol de Barbosa, que aceita. Para muitos, até hoje, o goleiro brasileiro falhou e feio. Era um chute defensável. Ao término da partida, com o título do Uruguai, o estádio, recém-inaugurado, teria outro nome: Maracanazo – rotulado pelos uruguaios.

Contra a Croácia, jogo que acontece nesta quinta-feira (12), às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo, a seleção canarinha terá outra chance de sair vencedora em casa. O primeiro desafio, por ser uma partida inaugural, será extremamente complicado. Caso a equipe não tenha atenção em lances pontuais, pode sair com um empate ou, até mesmo, derrotada. A seleção croata conta com um volante, o Modric, que atua pelo Real Madrid, que distribui as jogadas como poucos. Ele que dá o ritmo do jogo croata. Além dele, o time ainda conta com Ivan Rakitic, do Sevilla, e Kovacic, da Internazionale de Milão, que são ótimos jogadores.

Na sua segunda partida, contra o México, dia 17 de junho (terça-feira), às 16h, no Estádio Castelão, em Fortaleza, o Brasil terá poucas dificuldades. Porém, no mesmo caso da Croácia, tem que ter atenção, principalmente no contragolpe mexicano. Vale lembrar que, nas eliminatórias para a Copa do Mundo – Concacaf, que reúne seleções da América do Norte e Central, os mexicanos quase foram desclassificados. Mesmo assim será um jogo que merece todo cuidado possível. Os destaques da equipe são Giovani dos Santos, Chicharito Hernández, Guardado e Peralta.

Contra Camarões, dia 23 de junho (segunda-feira), às 17h, no Estádio Nacional de Brasilia, em Brasília, a seleção brasileira terá a partida mais fácil. Claro: teoricamente. Os camaroneses ainda contam como destaque o atacante Eto’o, do Chelsea, que foi chamado pelo próprio técnico do clube inglês de “velho”, dizendo que o camisa 9 é sete anos mais velho do que diz. No Campeonato Inglês, primeira temporada nos Blues, fez partidas de bom para ruim.

As três primeiras partidas podem colocar o Brasil em primeiro do grupo, sim. Com certeza. Porém, haverá momentos em que a seleção deverá ter paciência e usar o máximo possível de repertório tático. Não ficar apenas em apenas um esquema. Se ficar, pode se complicar.

Segunda fase

Caso o Brasil fique em primeiro do grupo A, pode pegar Espanha, Holanda e Chile, que estão no grupo B da competição. Pelos analistas futebolísticos, crava-se que o duelo será contra o Chile. Na fase seguinte, podemos ter Itália ou Inglaterra. Na semifinal: a Alemanha. E na grande final Argentina ou Espanha. Este pode ser o caminho da seleção canarinha rumo ao hexacampeonato.

A seleção brasileira é uma das favoritas para o título da Copa, ao lado de Alemanha, Espanha e Argentina.

Copa de 1958

O Brasil levantaria seu primeiro título da Copa do Mundo oito anos depois do seu fracasso contra seleção uruguaia. Comandada por Didi, Garrincha, Djalma Santos, Bellini e Pelé (com 17 anos de idade, na época), a seleção brasileira ficou no grupo 4, ao lado de Áustria, Inglaterra e União Soviética. Tornou-se primeiro colocado da primeira fase da competição, com 5 pontos.

Nas quartas-de-final, eliminou o País de Gales por um placar mínimo: 1 a 0, com gol antológico de Pelé. Contra a França, na semifinal, goleou por 5 a 2, com direito a três gols do Rei da Vila Belmiro. Na final, enfrentando a anfitriã, a Suécia, a seleção venceu o duelo pelo mesmo resultado contra a França: 5 a 2.

Copa de 1962

Na Copa seguinte, o Brasil conquistaria outro título Mundial. Antes de levantar a taça, teve que enfrentar na primeira fase Tchecoslováquia, México e Espanha. Como na competição passada, ficou em primeiro do seu grupo, avançando as oitavas-de-final, jogando contra a Fúria, seleção que havia enfrentando na fase de grupo. Venceu com dois gols de Amarildo, que jogou no lugar de Pelé, que se machucou. Nas quartas-de-final, Garrincha (2) e Vavá (1) fazem prevalecer a força canarinha e vence a partida contra a Inglaterra.

Antes de chegar à final, o Brasil fez uma partida sul-americana: duelou contra o Chile, que perdeu por 4 a 2. Garrincha (2) e Vavá (2) foram novamente os nomes do jogo. Na decisão, a Tchecoslováquia, que havia sido adversária na primeira fase. O gol inaugural da partida foi de Masopust, para os tchecoslovacos, aos 15 minutos do primeiro tempo. O empatou saiu dois minutos depois, com Amarildo, que jogou a competição no lugar de Pelé. No segundo tempo, Zito e Vavá fizeram outros gols da vitória brasileira. Brasil bicampeão.

Copa de 1970

O Brasil levantaria outro caneco oito anos depois, com um time formidável: considerada por muitos a melhor seleção de todos os tempos. Só para relembrar os titulares: Félix (goleiro); Carlos Alberto Torres, o Capita (lateral direito), Piazza (zagueiro), Brito (zagueiro) e Everaldo (lateral esquerdo); Clodoaldo (volante), Gérson (volante), Rivellino (meia); Pelé (atacante), Jairzinho (atacante) e Tostão (falso 9). Timáço.

O primeiro duelo na competição foi contra a Tchecoslováquia. As equipes reviveram, na oportunidade, a final de 1962, quando o Brasil saiu vencedor. E nesse duelo, de 1970, não foi diferente. Quem inaugurou o placar foi a Tchecoslováquia, mas o Brasil faria quatro gols e terminaria a partida como o vitorioso. No duelo seguinte é considerado, até os dias de hoje, como uma das melhoras partidas da Copa do Mundo. Campeã em 1966, a seleção inglesa foi derrotada por 1 a 0, com o gol de Jairzinho. O destaque, sem dúvida alguma, foi a defesaça de Gordon Banks, na cabeceada de Pelé. Em seguida, venceram a Romênia pelo placar de 3 a 2. Pelé foi o nome da partida.

Na fase seguinte, a equipe mediu forças com o Peru, treinado por Didi, campeão pelo Brasil como jogador nas Copas de 1958 e 1962. Na ocasião, o Brasil saiu vencedor, fazendo 4 a 2 nos peruanos. Tostão foi “monstro” nessa partida, marcando dois gols.

Nas semifinais, a seleção brasileira vence o Uruguai, que havia vencido dois títulos de Copa do Mundo, por 3 a 1. Dando o troco, de forma simbólica, em função da conquista uruguaia no território brasileiro, em 1950.

Depois de ter vencido a Alemanha, partida essa denominada como “Jogo do século”, em disputa na seminal, a Itália faria a final contra o Brasil. Azar para os italianos. A seleção canarinha saiu à frente do marcador com Pelé, que cabeceou a bola, no cruzamento perfeito de Rivellino. Teria feito o segundo, ainda no primeiro tempo, se não fosse o árbitro, que apitou o final do primeiro período, quando o Rei da Vila Belmiro havia efetuado outro gol.

No segundo tempo, o Brasil levou um susto, com o gol feito pelos italianos. Era o empate. Poucos minutos depois, Gérson bateu um forte chute e marcou o segundo gol da seleção de 70. O terceiro gol sairia de Jairzinho, o Furacão da Copa, que balançou a rede adversária em todas as partidas. O último gol brasileiro seria uma pintura. Dos 11 atletas em campo, dez tocaram na bola antes do arremate final de Carlos Alberto. Um golaço de tricampeão.

Copa de 1994

Após ter fracasso na Copa do Mundo de 1982, uma seleção avaliada como melhor que a equipe de 70, o Brasil levantaria o caneco 24 anos depois da sua última conquista, ainda com Pelé como jogador de futebol. A seleção de 1994 entrou no Mundial com total desconfiança por parte dos brasileiros, em função de ter atletas que fracassaram na Copa anterior, a de 1990.

Apesar dessa desconfiança, o Brasil ganhou a primeira partida: contra a Rússia, com gols de Romário e Raí. O duelo seguinte foi contra Camarões. Com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto, a seleção conquistaria mais três pontos, já pensando na próxima fase. O último duelo, com a Suécia, foi 1 a 1, com gol do Baixinho.

Nas oitavas-de-final, enfrentou a seleção dos Estados Unidos, país que sediou a Copa naquela oportunidade. Um a zero, com gol de Bebeto, o camisa 7 do Brasil. Na sequência, pegou a Holanda num jogo histórico. Quando o duelo estava empatado (2 a 2), o lateral esquerdo Branco, que começou como reserva e depois se tornou titular, pegou a bola e chamou a responsabilidade para bater a falta. Antes de a bola chegar ao gol holandês, Romário se esquiva, pois a bola estava indo na sua direção. Nisso, a bola passou e entrou. Um gol memorável. Na semifinal, novamente a Suécia. Mas dessa vez a seleção venceu, com gol de Romário. Com a vitória, o Brasil faria final novamente com a Itália.

No tempo normal, nenhuma das equipes fez gol. Nos dois períodos da prorrogação também. Com isso, a decisão sairia nos pênaltis. E foi. A primeira batida foi do zagueiro Baresi, da Itália, que erra. Márcio Santos também erra. Albertini colocou a seleção italiana na frente. Romário pegou a bola e empata. Evani fez 2 a 1. Branco iguala. Massaro erra a cobrança. Dunga, que se tornou capitão no decorrer da Copa, coloca a seleção canarinha pela primeira vez na frente.

Após a cobrança de pênalti de Dunga, essa Copa entraria na história, principalmente para os brasileiros. Roberto Baggio na bola. Ele olha o movimento do goleiro Taffarel para tentar encontrar um canto que deslocasse o arqueiro brasileiro. E consegue. Porém, a maneira que ele efetuou o chute foi refletida de maneira errada. Ele isolou e deu o tetracampeonato para o Brasil.

Copa de 2002

Outra seleção que começou mais uma edição da Copa do Mundo com desconfiança. Comandada pelo técnico Felipão, o esquema tático do Brasil não enchia os olhos dos brasileiros, com três zagueiros. E a dupla de ataque não chegou ao Mundial 100%. Rivaldo e Ronaldo, sobretudo, não estavam na melhor forma.

Porém, durante os jogos da competição, os torcedores brasileiros começaram a enxergar a seleção com outra ótica, após vencer os três primeiros duelos – ainda na frase de grupo. Dois a um na Turquia; 4 a 0 na China; e 5 a 2 na Costa Rica. Passou para a fase seguinte. Agora é mata-mata, ou melhor, dizendo: só mata, pois é jogo único.

Brasil e Bélgica. Jogo extremamente difícil. Houve um gol legítimo para a seleção belga, que o árbitro não validou. Houve também defesas importantes de Marcos, goleiro titular da seleção canarinha. O primeiro gol saiu e, em seguida, o segundo. Classificada. Nas quartas-de-final, foi contra a Inglaterra, que abriu o marcador com o atacante Michael Owen – falha do sistema defensivo brasileiro. Empate veio com uma jogada individual de Ronaldinho Gaúcho, que passou para Rivaldo chutar ao gol e empatar. A virada chegou com o mesmo Ronaldinho, que, ao ver o goleiro Seaman adiantado, chutou quase do meio-campo para fazer um golaço. Típico de craque, que se tornaria anos mais tarde o melhor jogador de futebol do mundo.

Novamente a Turquia pela frente. Outro jogo duríssimo para o Brasil. Mesmo assim, com gol de “bico” de Ronaldo, faria final com a Alemanha, do melhor atleta da Copa: o goleiro Oliver Kahn, que falharia em um dos gols da seleção brasileira. Primeiro tempo foi “pau a pau” – na gíria do futebol, para dizer que o jogo está lá e cá. No segundo tempo, o jogo teria outra forma. Com um chute de Rivaldo, que quica na frente de Kahn, o goleiro alemão rebate nos pés de Ronaldo, que faz 1 a 0 Brasil. O segundo gol, minutos depois, também seria de Ronaldo. O verdadeiro nome da Copa, ao lado de Rivaldo, outro “fora de série”.

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