O diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Valter Sanches, avalia que a redução da jornada de trabalho é fundamental para garantir melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores de todo o país. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o dirigente diz que a redução traz uma série de benefícios, como mais tempo para lazer, cultura e aperfeiçoamento profissional, a exemplo do que ocorreu com ele, em 1999. “A redução possibilitou a mim fazer uma qualificação profissional e cursos de idiomas, que eu não podia fazer.”
A Constituição de 1988 prevê uma jornada de trabalho máxima de 44 horas semanais, número superior às de países como Espanha e Reino Unido. Na Alemanha, os metalúrgicos trabalham 35 horas por semana. “Nesses países, os trabalhadores, inclusive, pegam dias de folga e, junto às férias, conseguem fazer dois meses de descanso. É uma qualidade de vida bastante superior”, diz Sanches.
Segundo Sanches, ao logo das décadas de 1990 e 2000 a redução da jornada tornou-se realidade em diversas empresas. “Por conta das 44 horas, muitos trabalhadores tinham jornada fixa aos sábados. Antes, em grandes montadores como a Mercedes-Benz, os trabalhadores do turno 2 tinham que sair à uma e meia da manhã. Agora, eles saem às 23h55.”
A redução da jornada diária faz diferença na qualidade de vida de todos, de acordo com o sindicalista: “Se a pessoa sair meia hora mais cedo, é uma diferença enorme para a qualidade de vida de todo mundo com o trânsito que tem nas grandes cidades”.