Os metalúrgicos da Prysmian ficaram em greve por dois dias na semana passada para conquistar a garantia de proteção contra a reforma trabalhista no acordo coletivo deste ano. “Valeram a mobilização e a luta! Elas foram indispensáveis para avançarmos nas negociações com a fábrica e obtermos a vitória para os trabalhadores”, ressalta Silvio Ferreira, secretário geral do SMetal.
Na manhã de sexta-feira, dia 17, a Prysmian tinha oferecido uma proposta de reajuste de 2,5% nos salários e 43% de aumento no vale compras (de R$ 140 para R$ 200). A proposta também previa a redução do desconto do vale compras no holerite de 10% para 5%.
Porém, esses itens estavam condicionados à implantação de um banco de horas.
Além disso, a Prysmian não aceitava assinar nada que a impedisse de implantar a reforma trabalhista sempre que julgasse conveniente.
Cientes de que a salvaguarda contra a reforma é tão importante quanto as cláusulas econômicas, os trabalhadores de todos os turnos entraram em greve ainda no dia 17.
No sábado, a empresa retomou as negociações com o SMetal e aceitou assinar um termo de proteção contra a reforma, além de manter os itens econômicos da proposta anterior e sem atrelamento a nenhum banco de horas.
O acordo também garantiu o não desconto dos dias de greve nos salários.
Aprovação
No domingo, 19, após aprovarem a nova proposta em assembleias do SMetal, os cerca de 700 trabalhadores retomaram imediatamente suas atividades na Prysmian.
Cláusula de proteção
As cláusulas de salvaguarda dos acordos assinados pelo SMetal são uma proteção para que as empresas não implantem, de forma arbitrária, novas leis trabalhistas, como a reforma e a terceirização.
Outros acordos recentes
Além da fabricante de cabos Prysmian, o SMetal firmou acordos da campanha salarial nos últimos dias com as autopeças Sanoh e GK108 (Syl); e com diversas pequenas empresas do Grupo 10. Todas com cláusula de salvaguarda.
Na Schaeffler, os trabalhadores rejeitaram, dia 17, uma proposta da empresa, que aceita a cláusula de salvaguarda, mas não quer atender a reivindicação dos metalúrgicos de transformar a cesta básica de alimentos em vale compras.
Os sindicatos patronais das autopeças, forjarias, fabricantes de cabos (Sindicel) e G10 se recusam a assinar a Convenção da categoria.
Está sem acordo? Denuncie
A direção do SMetal pede aos metalúrgicos que denunciem as fábricas, principalmente pequenas empresas, que ainda não firmaram acordos da campanha salarial deste ano.
Como existem centenas de pequenas e micro empresas do setor metalúrgico na região de Sorocaba, a denúncia é fundamental para que o Sindicato possa organizar ações visando a garantia de acordos, que incluam reajustes salariais, cláusulas sociais da convenção e proteção contra a reforma trabalhista. As denúncias devem ser feitas pelo portal do Sindicato: www.smetal.org.br/denuncie