No mês de março, a cesta básica sorocabana atingiu o seu maior patamar em toda a série histórica, fazendo com que o trabalhador tenha que desembolsar R$ 1.029,46 em apenas 34 itens básicos de consumo. Em comparação ao mês anterior, os preços dos produtos registraram crescimento de 5,32% e os itens alimentícios foram os que tiveram maior alta, de 6,07%.
“Isso é inadmissível”, critica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares. “Se levarmos em conta que cerca de 30 milhões de pessoas ganham um salário mínimo, como é que se vive dignamente desembolsando quase 85% desse valor somente com itens básicos para o dia a dia?”, questiona.
Ele lembra ainda que, com pouco menos de R$ 200 que sobram, o trabalhador tem que se desdobrar para pagar outros custos mensais, como aluguel, energia elétrica, água potável e transporte. “Se somarmos com o gás de cozinha, que custa mais de R$ 120, a conta não bate e falta salário no fim do mês”, lamenta.
No mês de março, dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 30 deles apresentaram aumento nos preços. Os produtos que tiveram as maiores altas foram: o alho (16,92%), a cebola (13,77%), o leite longa vida (13,67%), os ovos (9,50%) e a batata (9,41%). Em contrapartida, os produtos que apresentaram quedas foram: o desodorante (-3,70%), o sabão em pó (-3,47%) e o biscoito água e sal (-3,42%).
Quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (março/2021), o preço da cesta básica sorocabana teve um aumento de 14,18%, ou seja, R$ 127,86 pagos a mais pelo consumidor. Os números são analisados e divulgados pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (UNISO).
Inflação (IPCA)
De acordo com o estudo, a alta do preço da cesta básica em março de 2022 (5,32%) foi no mesmo sentido ao resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,95%. Isso indica que tanto os produtos de consumo básico que compõem a cesta básica, quanto os bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15, ficaram em média mais caros no mês.
“Apesar do índice medido não ser o mesmo utilizado na Campanha Salarial da categoria, esse aumento do IPCA e dos preços da cesta básica só reforçam que teremos um grande desafio pela frente, com alta inflação e muito choro dos patrões. Por isso, união e mobilização serão imprescindíveis para negociarmos aumento real nos salários em 2022”, finaliza Leandro, presidente do SMetal.