Cansados do descaso e falta de consideração da empresa, que em dois meses de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) sequer oficializou uma proposta de Programa de Participação nos Resultados (PPR), os trabalhadores da DPR Telecomunicações realizaram um protesto em frente à fábrica e pararam a produção por uma hora e meia, na manhã desta sexta-feira, dia 26.
Além de deliberar pela realização da mobilização, em assembleia, os trabalhadores aprovaram ainda o envio de comunicado de greve, que será protocolado na empresa ainda nesta sexta, 26, pelo Sindicato. Durante o protesto, o encarregado das negociações se comprometeu a apresentar uma proposta até a próxima segunda-feira, dia 29.
“Essa enrolação na questão do PPR é apenas uma das situações que tem gerado revolta dos trabalhadores. Infelizmente, as reivindicações deles têm sido tratadas com total descaso. E pior, muitos funcionários têm denunciado ainda casos de assédio e pressão por parte de alguns encarregados, o que é inadmissível”, criticou o dirigente sindical Alessandro Marcelo Nunes, responsável pelas negociações com a DPR.
De acordo com o sindicalista, o Sindicato já apresentou à empresa a reivindicação dos trabalhadores referente ao PPR e, caso a proposta da DPR não atenda às expectativas, o próximo passo será greve. “Para agilizar o pagamento do PPR, tão aguardado pelos funcionários, demos uma pausa até setembro nas negociações do reajuste do vale-alimentação e do refeitório, mas nem assim tivemos uma proposta oficial. Não dá mais para esperar”, destacou.
Ao final do protesto, Marcelo parabenizou os trabalhadores da DPR pela união e mobilização diante do descaso da empresa e avisou que, se houver qualquer tipo de pressão ou represália, deve ser denunciado imediatamente ao Sindicato. “É uma luta digna e justa, por um direito de vocês, então vamos todos entrar de cabeça erguida e, qualquer tipo de represália, denunciem”, finalizou Marcelo.
A DPR fabrica equipamentos transmissores de telecomunicação, tem cerca de 300 trabalhadores e fica no Jardim Gonçalves, em Sorocaba, na planta da antiga Yashika/Kyocera.