Andar mais de um quilômetro exposto ao risco de atropelamento tem sido a rotina cumprida por quem trabalha na avenida John Boyd Dunlop, na zona industrial. A via concentra grande número de empresas e muitos funcionários têm de dividir o espaço da pista com carros, já que o trecho percorrido não dispõe de calçamento.
Algumas das firmas lá instaladas suspenderam o transporte dos funcionários, obrigando aqueles que não têm condução própria a se deslocar até a avenida Independência para tomar o ônibus em meio à insegurança. João Paulo Rodrigues está entre os que se sujeitam ao perigo.
Há um ano ele faz o trajeto diariamente e diz que sente medo de se acidentar. “Isso aqui é uma loucura. A gente anda meio esperto, mas sabe que, a qualquer momento, pode acontecer o que ninguém quer. Eu nunca vi, mas já soube que várias pessoas já foram atropeladas nesse lugar. Tomara que alguém tome uma providência para nos ajudar.”
Estabelecido há quatro anos na avenida, o comerciante Divanil Ferreira não hesita em denunciar que ali o perigo é uma constante. “Já soube até de gente que morreu. Essa rua é perigosa, não tem iluminação, calçada e nem sinalização para orientar e garantir a segurança desse povo todo. É complicado.”
O metrologista Fernando Rodrigues de Souza e o colega de serviço Valdinei França também se disseram preocupados com a situação. “Faz bem uns dois anos que ando por aqui e até hoje ninguém fez nada para nos ajudar. Nós temos de andar com cuidado e rezar para que nenhum louco com o carro em alta velocidade bata na gente”, afirmaram.
O outro lado
Em nota do Serviço de Comunicação do Paço, a Secretaria de Serviços Públicos (Serp) informou que a responsabilidade pela construção de calçadas em áreas particulares é do proprietário. As empresas instaladas na referida via (avenida John Boyd Dunlop) já foram intimadas pela Secretaria da Fazenda (SEF) para que implantem essa melhoria. Após o prazo legal, serão autuadas. O comunicado não esclareceu qual foi o prazo concedido.
Já a Urbes – Trânsito e Transportes informou que técnicos irão ao local para avaliar a sinalização e, se necessário, realizar melhorias. A fiscalização na via também será intensificada. “Porém, o que realmente contribui com a redução de acidentes é a condução segura adotada pelos motoristas e motociclistas”, acrescentou o texto.