A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) rejeitou proposta de 5% de reajuste nos salários, apresentada pelos grupos 2, 8, 10 e Estamparias. A proposta patronal foi apresentada entre os dias 30 de agosto e 4 de setembro e rejeitada na própria mesa de negociações.
Os 5% de reajuste não cobrem sequer as perdas que a inflação, estimada em 5,3%, causou nos salários desde a última data-base, em setembro de 2011. Além da reposição das perdas, a FEM reivindica aumento real de salários.
Os Grupos 3 e Fundição devem apresentar propostas de reajuste salarial nos próximos dias.
“As propostas patronais apresentadas até agora são ofensivas. Estão brincando com a paciência do metalúrgico. Nossa resposta tem que ser dada com o aumento da mobilização nas fábricas”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
“Se os empresários insistirem nesse patamar ridículo de proposta, não temos dúvidas de que a categoria vai parar”, conclui Terto.
Aviso de Greve
Após a proposta de 5% apresentada pelo Grupo 2 nesta terça, dia 4, a FEM/CUT protocolou comunicado de greve junto ao sindicato patronal. Caso as negociações não avancem nos demais grupos nos próximos dias, os demais segmentos patronais também devem receber avisos jurídicos de que os metalúrgicos podem deflagrar greves.
Antes de apresentar os 5%, o Grupo 2 havia oferecido, em negociações no final da semana passada, um reajuste salarial menor ainda, de 4,5%. “Esses índices são inaceitáveis. Nossa pauta é clara: queremos o INPC integral da nossa data-base e mais aumento real”, afirma o presidente da FEM/CUT, Valmir Marques, o Biro Biro.
Sindicato pede mais mobilização nas fábricas
Diante da recente conduta das bancadas patronais, que oferecem reajustes salariais abaixo da inflação e retardam as negociações da campanha salarial, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos pede que a categoria permaneça unida e mobilizada para o caso de serem necessárias ações sindicais de maior impacto nos próximos dias.
“A FEM/CUT está recomendando a todos os sindicatos filiados que intensifiquem a mobilização dos trabalhadores. A região de Sorocaba certamente vai colaborar para que os patrões entendam que a categoria está indignada com as propostas de reajuste apresentadas até agora”, afirma João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato em Sorocaba e secretário geral da Federação dos Metalúrgicos da CUT (FEM).
Entrega da pauta
A pauta de reivindicações dos metalúrgicos da FEM/CUT foi entregue aos grupos patronais no dia 29 de junho, mais de dois meses antes da data-base, que é 1º de setembro. “Apesar disso, os empresários continuam enrolando, em uma clara demonstração de desrespeito aos os trabalhadores”, ressalta Farani.
No último dia 21, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba realizou uma reunião com os empresários locais, no qual pediu que eles entrassem em contato com seus representantes na Fiesp (Federação nas Indústrias) e cobrassem seriedade nas negociações salariais deste ano.
Fim da paciência
“Até agora, nossas assembleias em porta de fábrica tiveram caráter informativo. Tivemos paciência e tentamos o diálogo de todas as formas. Mas a paciência está no fim. Não vamos aceitar ser ofendidos com propostas ridículas de reajuste”, avisa Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
Próximas negociações
Nesta quarta-feira, dia 5, haverá rodadas de negociações com os Grupos 3, 8, 10 e Estamparia. Todas as reuniões serão em São Paulo, nas sedes dos sindicatos patronais.
Até terça, dia 4, os empresários dos grupos 2, 8, 10 e Estamparia haviam oferecido apenas 5% de reajuste. Já os empresários do Grupo 3 e das Fundições ainda não haviam formalizado propostas.