O ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse em entrevista à Rádio Brasil Atual que a imprensa corporativa não cumpre o seu papel e presta um desserviço ao confundir a população brasileira sobre a realidade da crise por que passa a empresa.
“Primeiro, tem uma posição pré-definida de condenação, a priori, de tudo. Segundo, não tem nenhum interesse em esclarecer as coisas. Tem mais confundido do que esclarecido. Terceiro, trabalhado, muito fortemente, confundindo problemas policiais e criminais com problemas de gestão e de economia. E quarto, tem um viés claramente partidário. Tudo o que se refere ao PT está condenado, independente do que seja.”
Para Gabrielli, que é economista e exerceu o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, de 2003 a 2005, antes de se tornar presidente, “há interesse em confundir e criar um clima, que é irreal, de que a Petrobras vive em um mar de lama”.
O ex-presidente da Petrobras afirma que os casos de corrupção, apontados por delatores no âmbito da operação Lava Jato, não compromete o modelo de gestão da empresa: “Se se comparar o que tem sido divulgado da íntegra dos depoimentos, constata-se que os procedimentos internos da companhia foram seguidos e que, se houve corrupção, foi fora da companhia, na relação deles com os fornecedores, e com os fornecedores dos fornecedores e doleiros, portanto, não tem nada a ver com a vida interna da Petrobras.”
No afã condenatório, a grande imprensa esquece do histórico de conquistas da empresa e da sua importância para o setor de petróleo e gás, no país, que, segundo Gabrielli, “tem uma enorme descoberta, e que tem uma política de expansão do conteúdo nacional, que viabiliza a expansão da cadeia de fornecedores, no Brasil, gerando emprego e renda para o brasileiros, no longo prazo”.