“Instituições supostamente de interesse público estão contaminadas e adotando um viés predominantemente favorável ao mercado nas perícias”, denunciou o médico do trabalho do SMetal, Paulo Roberto Kaufmann, em seminário realizado dia 11, no Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas.
Kaufman, que também é mestre em Sociologia do Trabalho pela USP, falou sobre a formação profissional de peritos e criticou que esses profissionais podem estar sendo parcialmente ‘deformados’ por cursos. “O médico sai da formação produzindo de modo acrítico, repetindo conceitos com pragmatismo e pressa, para atender ao mercado”.
Outro problema levantado pelo médico é a atitude de ‘especialistas’ que tratam os trabalhadores como “suspeitos de um crime em um interrogatório, tendo que confessar algo para os peritos”. E afirmou: “se houvesse uma perícia das perícias, haveria reprovação para 80% dos casos”.
Com o tema “A perícia na Justiça do Trabalho”, o seminário foi promovido pela Escola Judicial do TRT da 15ª região.