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Editorial

OPINIÃO: Nossas lutas

O editorial da Folha Metalúrgica nº 922 reafirma o compromisso do SMetal com o trabalhador e o de continuar combatendo as injustiças tanto nas fábricas como na sociedade. Nosso horizonte é democrático

Imprensa SMetal
Divulgação
As consequências da Reforma Trabalhista são visíveis e, se os metalúrgicos ainda não sentiram o seu impacto, foi porque nossa luta no dia a dia assegurou a cláusula de salvaguarda

As consequências da Reforma Trabalhista são visíveis e, se os metalúrgicos ainda não sentiram o seu impacto, foi porque nossa luta no dia a dia assegurou a cláusula de salvaguarda

“Ora, o Brasil não terá futuro e o estado de espírito do brasileiro não haverá de melhorar enquanto o problema número 1 do país não for decididamente atacado: a desigualdade social. Só os cínicos e os ególatras conseguem aparentar felicidade com tanta infelicidade em volta”. É o que afirma o escritor e frade dominicano Frei Betto no artigo “Estado de espírito”, publicado neste mês, no nosso Portal SMetal.

É contra as injustiças que o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) se mantém na luta há mais de 60 anos. E lutar contra a desigualdade não é, nem nunca será fácil.

Como o próprio escritor destacou em seu texto, é bom lembrar que, dos 208 milhões de brasileiros, mais de 100 milhões sobrevivem com menos de R$ 954 (valor do salário mínimo) por mês. Destes, 52 milhões estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, sobrevivem com menos de R$ 547,20/mês.

Em geral, no mercado de trabalho de Sorocaba, 60,81% das mulheres e 39,76% dos homens recebem abaixo de dois salários mínimos, conforme dados compilados pelo economista Fernando Lima, da subseção Dieese do SMetal Sorocaba.

Os números também demonstram que é difícil os trabalhadores seguirem carreira. No mercado de trabalho em Sorocaba, por exemplo, em 2017, 30% dos trabalhadores tinham menos de um ano de empresa. Ou seja, a rotatividade ocorre em todas as categorias.

É vendido na sociedade um discurso de meritocracia, de que depende só de você. Assim como são fabricados outros consensos, de que “se diminuir direitos, tem-se mais vagas de empregos”. Isso é pura enganação. Não se gera emprego com precarização e sim com desenvolvimento, com investimento em políticas públicas e industriais.

Há diversas obras paradas por todo o Brasil. Os trabalhadores sentem os reflexos. Jaraguá, Bardella, Bauma, VMX, entre outras empresas de bens de capital, que tiveram fortíssima queda na produção por falta de demanda.

Continuaremos nadando contra a maré, sempre na defesa dos direitos e do emprego digno. E temos muito do que nos orgulhar, pois como entidade, conquistamos aumento real com Convenção Coletiva, negociamos a criação de 2.500 postos de trabalho em praticamente dois anos e injetamos na economia local e regional R$ 150 milhões só com o Programa de Participação nos Resultados (PPR).

Temos muitos motivos para continuarmos firmes combatendo as injustiças, tanto nas fábricas quanto na sociedade. As consequências da Reforma Trabalhista são visíveis e, se os metalúrgicos ainda não sentiram o impacto dela, foi porque nossa luta no dia a dia assegurou a cláusula de proteção contra a implantação dessa lei que retrocede na garantia de um trabalho digno.

Nosso horizonte é democrático. Marcharemos até ele!

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