Na manhã desta quinta-feira, 24, em Sorocaba, alguns postos de combustíveis já amanheceram sem etanol e gasolina nas bombas. As filas nos postos na cidade e em Votorantim começaram no final da tarde de quarta-feira, causando transtornos em algumas ruas e avenidas.
De acordo com frentistas, de vários postos da cidade, os caminhões que fariam a reposição do combustível nos postos estão parados devido ao protesto contra o anúncio do aumento.
A Urbes – Trânsito e Transportes soltou nota na noite de quarta, 23, informando que se não houver reposição de combustível nas garagens até esta quinta-feira, “o Sistema de Transporte Coletivo, incluindo o Serviço de Transporte Especial, será paralisado totalmente a partir da 0h de sexta-feira (25), por falta de óleo diesel”.
ILHA COMPRIDA
O desabastecimento ocorre em todo o país porque a greve dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira, 21, é nacional. Na Ilha Comprida não há mais combustível em nenhum posto.
Por isso, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) alerta os associados que agendaram a Colônia de Férias para reconsiderarem a data da viagem.
Fora o desabastecimento, o protesto dos caminhoneiros está promovendo bloqueios em estradas de Santos e de São Paulo.
SEM PRODUÇÃO
A Kankijo foi uma das primeiras indústrias da cidade a anunciar a parada na produção por falta de matéria-prima. Na quarta-feira os metalúrgicos da sistemista ficaram em casa.
A produção da montadora Toyota também está parada desde quarta-feira, 23. Nesta quinta, as fábricas Scórpios e Spica também pararam. Scherdel e CNH/Case já avisaram os metalúrgicos que não terão produção nesta sexta-feira.
MOMENTO HISTÓRICO
A economista e articulista da Rede Brasil de Fato, Juliane Furno, explica esses aumentos: “uma nova política de preços do combustível, que passou a ser ditado pela variação da cotação do petróleo no mercado internacional, o que ocorre em dólar. Antes disso, a política interna de preço se relacionava com os custos das operações até a chegada do combustível ao posto, ou com a política econômica mais geral do governo, que poderia congelar o preço da gasolina (como fez Dilma Rousseff entre 2013 e 2014) para não impactar a inflação e garantir a continuidade do crescimento”.
Por isso, de acordo com o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, esse é um momento de muitas possibilidades e é preciso ter essa clareza de que essas sistemáticas altas nos preços são frutos do governo golpista, que privilegia o capital financeiro. “Precisamos apoiar essa greve com o intuito de provocar o debate na sociedade e partir para a luta por eleições democráticas para pôr fim”, afirma.