Após cinco rodadas de negociações, na Campanha Salarial deste ano, os empresários do Grupo 3 ainda não fizeram uma proposta de reajuste salarial que atenda às expectativas dos metalúrgicos da FEM-CUT (federação estadual da categoria).
Na mais recente reunião, na tarde desta quinta, 19, os empresários propuseram um aumento real pouco acima da inflação, que está acumulada em 4,36% até julho (falta ainda apurar o mês de agosto).
“Não vamos nem divulgar o número que os patrões ofereceram porque a proposta foi rejeitada na mesa de negociações. Somente quando surgir uma proposta melhor vamos levar para votação em assembleia de trabalhadores”, afirma Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho, dirigente sindical de Sorocaba que participou na negociação em São Paulo.
O Grupo 3 é formado por fabricantes de autopeças, parafusos e por forjarias.
Também a reivindicação de valorização dos pisos salariais não teve avanço na reunião de hoje. Esse item significa garantir um reajuste melhor para os salários mais baixos do que para os maiores salários. “Além de fazer justiça para quem ganha menos, a valorização dos pisos coíbe a rotatividade, aquele instrumento que as fábricas usam para demitir quem ganha mais e contratar salários menores”, explica Verdinho.
Até o momento, os patrões do Grupo 3 também se recusam a atender a reivindicação da FEM de reduzir a jornada de trabalho de 44h para 40h semanais.
Único avanço hoje
Embora ainda não consenso sobre salários e redução da jornada, pelo menos um avanço aconteceu na negociação de hoje entre a FEM e o G3. Os patrões aceitaram aumentar a licença maternidade para 180 dias (6 meses), que é um reivindicação considerada importante nesta campanha salarial.
“Mesmo assim, essa proposta positiva representa apenas uma antecipação por parte dos patrões, pois a licença maternidade de seis meses está tramitando no Congresso Nacional e logo poderá beneficiar todas as trabalhadoras brasileiras”, afirma o sindicalista.
Atualmente a lei prevê 120 dias de licença maternidade.