A Medida Provisória (MP 808/2017) assinada pelo presidente ilegítimo Michel Temer no último dia 14, que supostamente minimiza efeitos de alguns artigos polêmicos da Reforma Trabalhista, mostra mais uma vez que esse governo, junto com seus apoiadores, não têm escrúpulos em destruir garantias de vida digna da população.
Uma leitura mais atenta da MP revela seu descaramento ao tentar ‘colocar açúcar no veneno’, com o objetivo de enganar a população e fazer com que ela engula a toxina sem reclamar muito, pelo menos até a eleição do ano que vem.
O veneno, no caso, é a reforma em si. E o açúcar é o anúncio de que a MP tornaria alguns itens da reforma menos severos. Nada mais distante da verdade.
Estão mantidos na reforma prejuízos como jornadas extensas, férias parceladas, termo anual de quitação de direitos, dificuldades de acesso à justiça do trabalho e mais uma centena de deformações nos artigos da CLT.
No caso do trabalho insalubre de grávidas, a MP consegue tornar mais cruel o que já era muito ruim. Agora, a própria mulher deve se oferecer para executar o serviço. Se algo ruim acontecer, a culpa será exclusivamente dela.
Por terem assumido o poder de forma traiçoeira, sorrateira e antidemocrática, Temer e seus asseclas têm deixado claro que pouco se importam com a opinião pública.
Por isso também eles não têm pudor em gastar rios de dinheiro público para que os parlamentares aprovem leis que arrancam à força direitos sociais e trabalhistas da população.
Apesar do governo Temer não ter pretensões eleitorais, pois seu papel no golpe era tomar de assalto o poder e destroçar as garantias das camadas mais frágeis da população, existe um outro motivo para o financiamento de propagandas pró-reformas.
O papel explícito deste governo é limpar caminho para os futuros candidatos da elite golpista e gananciosa.
Vencendo as eleições, eles não terão mais obstáculos legais para atender aos desejos dos grandes conglomerados capitalistas internos e externos, que poderão explorar a mão de obra e as demais riquezas nacionais como bem quiserem.
Direitos trabalhistas e sociais não mais existirão, limites para privatizar e terceirizar também farão parte do passado. Bens e serviços públicos serão mercadorias a gerar lucros e patrimônio para os tubarões da economia e seus herdeiros até a 20ª geração.
Para tudo isso, não o Temer, mas seus sucessores e comparsas de tramóia precisarão, sim, dos votos da população.
E como se não bastassem a reforma trabalhista, a terceirização e o congelamento dos investimentos em saúde e educação, agora os governistas se preparam para mais um bote: querem aprovar a Reforma da Previdência ainda este ano.
O SMetal é totalmente contra a reforma e demais leis, com ou sem remendos marotos como a MP. E a direção do Sindicato conclama toda a categoria a continuar reagindo contra os ataques aos nossos direitos, como estamos fazendo nesta campanha salarial. Essa luta precisa se tornar ainda mais intensa para anular a reforma trabalhista e impedir que a Reforma da Previdência seja aprovada.
Conte com o SMetal para ser seu aliado nessa missão!