Golpismo

Na calada da noite, governistas aprovam urgência para reforma trabalhista

Vitor Lippi (PSDB), Herculano Passos (PSD) e Guilherme Mussi (PP) votaram contra os direitos trabalhistas; outros dois eleitos pela RMS se ausentaram

Imprensa SMetal
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Os deputados de oposição tentaram obstruir a votação, mas não conseguiram impedir os governistas de aprovar o trâmite acelerado para a reforma trabalhista

Os deputados de oposição tentaram obstruir a votação, mas não conseguiram impedir os governistas de aprovar o trâmite acelerado para a reforma trabalhista

Apenas um dia após perderem a votação que impunha regime de urgência para a reforma trabalhista, deputados da base do governo colocaram ontem, dia 19, o tema em pauta novamente e, na base da manobra, conseguiram aprovar o trâmite acelerado para a reforma.

Três deputados eleitos pela Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) outra vez votaram a favor do governo Temer e contra os direitos dos trabalhadores. Foram eles: Vitor Lippi (PSDB), Herculano Passos (PSD) e Guilherme Mussi (PP). Os outros dois – Missionário José Olímpio (DEM) e Jefferson Campos (PSD) – também não defenderam os direitos trabalhistas, omitiram-se ao não comparecer à votação.

Com o regime de urgência aprovado, a proposta de reforma trabalhista vai pular etapas na Câmara. A intenção de Temer e seus aliados é atropelar exigências do regimento da Câmara para aprovar o desmonte da CLT o mais rápido possível.

A votação de ontem, dia 19, aprovou a urgência por 287 votos a 144. Na votação de anteontem, a proposta governista havia sido derrotada por 230 a 163. Pelo regimento, eram necessários 257 votos para aprovar o regime de urgência.

A bancada do governo conseguiu, portanto, na nova votação, 30 votos a mais que o necessário. Os deputados de oposição tentaram obstruir a votação, mas não contam com número suficiente de parlamentares para impedir os governistas, que de um dia para o outro cooptaram dezenas de votos dos “neutros”.

Clique aqui para ver o voto de cada deputado.

Votação anterior

Na votação de terça-feira, dia 18, três deputados federais eleitos pela Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) haviam demonstrado pressa em retirar direitos dos trabalhadores que os elegeram. Outros dois parlamentares da região se omitiram.

Vitor Lippi (PSDB), novamente, encabeçou a lista dos fiéis à direita è Temer. Herculano Passos (PSD) e Missionário José Olímpio (DEM) também votaram sim para a urgência da reforma. Jefferson Campos (PSD) e Guilherme Mussi (PP) não compareceram à votação.

Um dia depois, Lippi e Herculano Passos confirmaram o sim. José Olímpio, que havia votado sim, não compareceu à votação de hoje. Por outro lado, Mussi, de Itapetininga, que faltou na terça, apareceu na quarta para votar com o governo. Jefferson Campos não votou em nenhuma das duas sessões.

Precedentes

Em votação anterior, que aprovou a terceirização irrestrita no mercado de trabalho, dia 22 de março, os parlamentares da região já haviam decepcionado a maior parte do eleitorado.

Naquela ocasião, votaram à favor da terceirização Vitor Lippi, Herculano Passos e Guilherme Mussi. José Olímpio votou contra. Jefferson Campos, como nesta terça-feira, estava ausente.

Entre uma e outra votação de eliminação dos direitos trabalhistas, a Câmara votou, no final de março, um projeto que autorizava a cobrança de mensalidades em universidades públicas para cursos de extensão e pós-graduação.

De forma indireta, essa proposta, que acabou derrotada, também prejudicava trabalhadores, já que dificultava o acesso da parcela mais pobre da população à especialização acadêmica e aos títulos de mestre e doutor. Por 4 votos a proposta foi rejeitada.

Nesse caso, os cinco deputados da RMS votaram “sim” para a cobrança de cursos de extensão e pós-graduação nas universidades públicas.

Divulgação
Placar Março/Abril de 2017

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