Os trabalhadores da Schaeffler, de Sorocaba, participaram de protesto de uma hora na manhã desta terça-feira, dia 26, cobrando que a empresa procure o Grupo 3 para desemperrar as negociações da Campanha Salarial 2017.
Segundo o secretário de organização do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Izidio de Brito Correia, o objetivo dos protestos, que serão intensificados nos próximos dias, é reiterar aos empresários dos setores metalúrgicos e à Fiesp que a categoria não aceitará a retirada de direitos.
“Nosso recado nesta Campanha é que as empresas respeitem a nossa história, respeitem os nossos direitos e, acima de tudo, respeitem o que eles têm de mais precioso: os trabalhadores”, afirmou. “E se continuarem insistindo em não apresentarem proposta, não dar o devido respeito às nossas reinvindicações, eles precisam saber que não vão ter paz para produzir”, completou.
O vice-presidente do SMetal e membro do Comitê Sindical (CSE) da Schaeffler, Valdeci Henrique da Silva, lembrou que faz três anos que o Sindipeças – sindicato patronal que representa a empresa nas negociações – não assina Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
“Só que agora, com a Reforma Trabalhista, o governo retirou a chamada ultratividade, que garantia a manutenção desses direitos até que o sindicato patronal assinasse uma nova Convenção”, disse. “Nessa conjuntura totalmente desfavorável, de ataques à classe trabalhadora, nós precisamos encontrar caminhos para renovar a nossa Convenção Coletiva, última ferramenta em defesa do trabalho digno”, concluiu.
Piso salarial
Durante o protesto, o presidente do SMetal, Leandro Soares, lembrou que é a Convenção Coletiva dos Metalúrgicos da CUT que, entre outros benefícios, garante um piso salarial acima do salário mínimo.
“Hoje eu tenho certeza que ninguém entra na Schaeffler com um salário menor que R$1.800. Se a nossa CCT não for renovada, o piso salarial da categoria passa a ser o mínimo nacional, no valor de R$ 969 em 2018”, explica.
E ele alertou: “se não tivermos unidade e entendimento do quanto é importante resistir nesse momento, nós corremos o risco de ser a geração que viu todas as conquistas trabalhistas serem retiradas e não fizemos nada em defesa desses direitos”.
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