Trabalho

Metalúrgicos debatem novas políticas para gerar emprego e renda

Encontro promovido pela CNM/CUT discutiu a situação do setor automotivo e ações para unificar direitos dos trabalhadores nas montadoras

CNM/CUT
CNM/CUT

Durante três dias, participantes debateram conjuntura do segmento e as realidades locais

Os metalúrgicos da CUT que trabalham na indústria automobilística em todo o país vão formular propostas ao governo para que o segmento volte a ser estimulado no país, como mecanismo para a retomada do crescimento e da geração de empregos e renda.

Esta foi uma das decisões tomadas no 3º Encontro Nacional de Trabalhadores (as) no Setor Automotivo, encerrado no início da tarde de ontem (18) e que foi promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em sua sede, em São Bernardo do Campo (SP).

A atividade integra as ações da Secretaria de Formação da entidade e, pela primeira vez, reuniu representantes dos trabalhadores em todas as montadoras da base cutista. “Isso tornou o debate mais produtivo, porque ele não foi focado em uma única região, o ABC paulista, mas teve de fato uma dimensão nacional”, ponderou Michelle Marques, secretária de Formação da Confederação, dizendo que, dessa forma, a entidade cumpre o seu papel de envolver todo o país na discussão estratégica das ações sindicais no setor. A secretária também é a coordenadora do segmento automotivo na CNM/CUT.

O encontro teve início na segunda-feira (16). Ao longo dos três dias, os participantes puderam trocar experiências, falar sobre a realidade das montadoras em cada região, a conjuntura nacional e internacional do segmento e os impactos do Programa Inovar-Auto – que estabeleceu diretrizes para a indústria automotiva nacional -, além de debater o papel das entidades sindicais para a formulação de propostas tanto no âmbito sindical quanto junto aos fóruns de deliberação da política industrial.

Para qualificar a discussão, houve painéis com especialistas: Marcelo Loural, professor e mestre em economia do Trabalho da Universidade de Campinas, que falou sobre a conjuntura do segmento; e os economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior (da Subseção dos Metalúrgicos do ABC), que abordou o histórico das montadoras e seus processos produtivos e atualizou informações sobre o Inovar-Auto; e André Cardoso (da Subseção da CNM/CUT), que apresentou um perfil da indústria automotiva no país.

“A partir do raio X feito pelos especialistas, ficou claro que medidas de estímulo ao consumo são fundamentais para o setor automotivo. Quando isso não acontece, os impactos sobre os trabalhadores são imediatos. Por isso, é nosso papel formular propostas que, além do desenvolvimento do setor, assegurem principalmente as contrapartidas trabalhistas”, afirmou a dirigente da CNM/CUT.

A partir dos debates feitos no evento, a Confederação vai, junto com os sindicatos, elaborar as propostas a serem levadas ao governo.

“Organizar globalmente, agir localmente”

“Temos de ter estratégias comuns, respeitando as realidades regionais, mas atuando globalmente. Vale aquele preceito do movimento sindical: organizar globalmente e agir localmente”, assinalou Michelle na abertura do evento, lembrando do percurso formativo desenvolvido pela Confederação para os trabalhadores no segmento.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, disse também na abertura que a entidade e as centrais sindicais querem discutir com o governo medidas para a retomada do crescimento industrial, para que os trabalhadores possam recuperar os empregos em vários segmentos.

Ele também anunciou o acampamento de sindicalistas em Brasília – que foi iniciado ontem (18) – para pressionar o Congresso Nacional a focar sua ação na pauta da classe trabalhadora e para se posicionar contra a tentativa de golpe no pais.

Direitos dos trabalhadores e práticas antissindicais

Durante os três dias do Encontro, houve uma rica troca de experiências, com relatos sobre cada montadora, o que evidenciou a diferença de direitos entre os metalúrgicos do segmento e a prática antissindical adotada, por exemplo, pela Fiat tanto em Betim (MG) quanto em Campo Largo (PR); a empresa continua tentando impedir a organização dos trabalhadores e a ação dos sindicatos para defender os direitos da categoria.

A partir dos relatos, ficou claro para os participantes a necessidade de lutar pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho no segmento, que é uma das grandes bandeiras da CNM/CUT e seus sindicatos.

Além disso, outro tema no evento abordado foi o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que está em vigor e que assegurou milhares de postos de trabalho nas montadoras e em autopeças. E houve painel com os representantes dos trabalhadores nos Comitês Mundiais de montadoras, que falaram sobre a importância da organização internacional e das ações solidárias para impedir ataques a direitos nas plantas dos mais diferentes países.

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