Campanha Salarial

Mais de 8 mil metalúrgicos de Sorocaba já garantiram acordos salariais

Desde que assembleia aprovou negociações por fábrica, há uma semana, Sindicato já firmou acordos com 18 empresas, sempre com aval dos trabalhadores

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa Smetal
Proposta foi aprovada na Dental Morelli nesta segunda, 26 (foto); na Honeywell e Prysmian, trabalhadores entraram em greve

Proposta foi aprovada na Dental Morelli nesta segunda, 26 (foto); na Honeywell e Prysmian, trabalhadores entraram em greve

Uma semana após o início das negociações salariais por fábrica, metalúrgicos de 18 empresas de Sorocaba aprovaram acordos negociados pelo Sindicato da categoria. Juntas, essas fábricas empregam 8,5 mil trabalhadores. Os acordos têm sido sempre superiores a 10%, sendo acima de 12% em alguns casos. A categoria metalúrgica na região é formada por 44 mil trabalhadores.

Nos últimos dias, foram aprovados acordos na Dental Morelli, Inser, Tecsis, Wobben, Tecforja, Barros Monteiro, Commscope (Andrew), Edscha, entre outras (veja relação abaixo).

O Sindicato não divulga detalhes dos acordos para não prejudicar negociações em andamento.

Já os trabalhadores da Prysmian e da Honeywell (antiga Jurid) entraram em greve hoje para reivindicar propostas salariais. “O avanço nas negociações não significa que não haverá greves ou protestos. Fábricas truculentas ou que fazem propostas ofensivas podem parar a qualquer momento”, alerta Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.

Conforme definido em assembleias na sede sindical dias 4 e 18 de setembro, o Sindicato está priorizando a valorização salarial, e não o abono. Porém, em alguns poucos casos, quando a proposta é pouco superior a 10%, os trabalhadores têm aceitado abonos que sejam equivalentes a reajustes maiores.

Mais negociações
Ao mesmo tempo, o Sindicato vem realizando várias outras negociações e o número de metalúrgicos beneficiados com acordos pode até dobrar nos próximos dois dias.
Além de Sorocaba, há negociações acontecendo em outras cidades da área de abrangência do Sindicato, como Piedade, Araçariguama e Iperó.

“Por enquanto não vamos divulgar o índice de reajuste em cada fábrica, pois tem muito patrão abusado que usa o acordo do vizinho como parâmetro para fazer sua proposta, quando sabemos que a realidade de cada fábrica é diferenciada”, explica Adilson Faustino, diretor de Organização e de comunicação do Sindicato.

Contra boatos
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região explica que os trabalhadores não devem acreditar em informações passadas pelas empresas de já há um acordo estadual estabelecendo um reajuste máximo de 10% nos salários. “Os metalúrgicos da região de Sorocaba não aprovaram essa proposta estadual”, esclarece Terto.

A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) recebeu propostas de 10% da maioria dos grupos patronais (só o grupo 10 ainda não fez proposta), mas cada Sindicato filiado tem autonomia para aceitar ou não o acordo. Os sindicatos que aprovaram os 10% devem assinar os acordos nesta quinta-feira. “Mas não há previsão de Sorocaba assinar. E a FEM concorda em termos mais tempo para negociar”.

Paralisações
Hoje (26) os trabalhadores da Honeywell iniciaram uma paralisação logo no primeiro turno, às 6h, que foi reforçada pelos trabalhadores do segundo turno em assembleia na fábrica às 15h. Até o início da noite não havia retorno da fábrica sobre negociações.

Na Prysmian, com três fábricas em Sorocaba, a paralisação também começou às 6h. No início da tarde, a empresa propôs reajuste de 10% e abono de R$ 1.500, mas a proposta foi rejeitada pelos trabalhadores, que permaneceram em greve.

Na semana passada, os metalúrgicos da Tecsis pararam por dois dias antes de conseguir o acordo. Os trabalhadores da Difran também pararam a produção por um dia. Ainda na semana passada, houve paralisação de duas horas na Edscha, além de outras empresas em que houve protestos de até três horas nas semanas anteriores.

Na Prysmian, metalúrgicos rejeitaram 10% de reajuste e R$ 1.500 de abono; greve continua nesta quarta, dia 27

Sem teto para reajuste
Diferente de algumas propostas estaduais, a grande maioria dos acordos firmados em Sorocaba não tem teto salarial para aplicação dos reajustes negociados. Portanto, mesmo os salários acima de R$ 5 mil recebem o mesmo percentual que as demais faixas salariais. Pela maioria dos acordos estaduais, os salários fixos recebem reajuste fixo pouco superior a R$ 500.

Outra garantia dos acordos locais (todos eles) é que as cláusulas sociais da Convenção Coletiva Estadual estão asseguradas a todos os trabalhadores nas fábricas da região de Sorocaba que aprovaram os reajustes.

As negociações da Convenção Coletiva são coordenadas pela FEM/CUT, à qual o Sindicato de Sorocaba e Região é filiado. João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato em Sorocaba, é secretário-geral da FEM.

Trabalhadores da Honeywell (antiga Jurid) também pararam a produção nesta segunda, 26, e prometem continuar em greve até ter proposta satisfatória de acordo salarial

Fábricas Metalúrgicas de Sorocaba com acordos salariais 2011
1. Tecno Pries
2. Wobben
3. Tupã
4. Ferraduras Brasil
5. Myka
6. Edscha
7. Tecforja
8. Tecsis
9. Barros Monteiro
10. Inser
11. Dental Morelli
12. Commscope (Andrew)
13. Difran
14. Atlanta
15. MPorões
16. Pontec
17. As. Tecnology
18. F. Metal

Na Tecforja e Wobben (fotos na sequência abaixo) acordos foram aprovados nos últimos dias

tags
campanha salarial 2011
VEJA
TAMBÉM

Warning: Version warning: Imagick was compiled against ImageMagick version 1692 but version 1693 is loaded. Imagick will run but may behave surprisingly in Unknown on line 0