Manipulação da mídia

Leia íntegra da carta dos jornalistas contra censura no Cruzeiro do Sul

"Pessoas nitidamente comprometidas com uma visão unilateral dos acontecimentos intervieram nos trabalhos deste setor, de forma prepotente e truculenta, manipulando a edição". Leia mais

Imprensa SMetal
Luiz Setti
O editor-chefe do jornal, José Carlos Fineis, estava afastado por motivo de saúde no dia da greve, mas prestou solidariedade aos colegas que estavam na redação e sofreram a censura e o assédio

O editor-chefe do jornal, José Carlos Fineis, estava afastado por motivo de saúde no dia da greve, mas prestou solidariedade aos colegas que estavam na redação e sofreram a censura e o assédio

A imprensa SMetal teve acesso à íntegra da carta que o jornalistas do Cruzeiro do Sul entregaram à direção da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) no final da semana passada. No documento, os profissionais repudiam a truculência, o assédio moral e a censura impostas à redação por um grupo de diretores da FUA na greve geral do dia 28 de abril.

O grupo, liderado pelo promotor Antônio Domingues Farto Neto, entrou na redação aos berros, destratou jornalistas e os obrigou a escrever notícias condenando a greve geral.

Segundo relato dos profissionais, em meio a um clima já opressor, o grupo chamou policiais para serem entrevistados na redação no intuito de dar um caráter criminalístico para o movimento.

No dia do ocorrido, o presidente da FUA, José Augusto Marinho Mauad, conhecido como Gugo, estava viajando ; e o editor chefe, José Carlos Fineis, estava afastado por motivo de saúde. Ambos criticaram a ação do grupo liderado pelo promotor.

Gugo declarou aos jornalistas que a atitude não condiz com os princípios da Fundação e que vai atuar para que a censura e o assédio não aconteçam novamente.

Abaixo a íntegra da carta

“A Redação do jornal Cruzeiro do Sul lamenta os fatos ocorridos no dia 28 de abril de 2017, quando pessoas nitidamente comprometidas com uma visão unilateral dos acontecimentos intervieram nos trabalhos deste setor, de forma prepotente e truculenta, manipulando a edição e prejudicando a imparcialidade que é uma premissa fundamental do bom jornalismo, num claro exemplo de assédio moral em uma instituição que prima pela legalidade.

Ações como essa, assim como qualquer atitude no sentido de colocar o jornal a serviço de partidos, grupos de interesse ou ideologias, são um atentado contra a liberdade de imprensa e o direito dos leitores de serem informados com profissionalismo e isenção. Mais que isso, representam um retrocesso abominável nos esforços para conquistar a confiança dos leitores, indispensável para a sobrevivência deste órgão de imprensa.

Assim sendo, a Redação do jornal Cruzeiro do Sul reafirma seu apoio à linha de independência editorial, coerentemente defendida pelo Conselho de Administração da Fundação Ubaldino do Amaral, na pessoa de seu presidente José Augusto Marinho Mauad, e repudia com veemência qualquer tentativa de apropriação político-ideológica do Jornalismo desta casa.

Reiteramos nosso compromisso com a informação responsável, plural, ética e isenta, condicionada apenas ao interesse coletivo e subordinada, unicamente, ao bom senso e à ética que devem permear o relacionamento com os leitores. A credibilidade é o maior patrimônio de um jornal, e não pode ser usurpada em nome de objetivos políticos e econômicos, preconceitos sociais ou de classe, simpatias ideológicas ou quaisquer outros interesses que venham desvirtuar a honestidade do serviço jornalístico.

Estaremos atentos para lutar pela liberdade de informação e pelo direito da sociedade de ser bem informada, sem pressões indevidas e manipulações que nos afastem da verdade.

Sorocaba, maio de 2017

Jornalistas do Cruzeiro do Sul”

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