A Justiça determinou ontem à tarde a desocupação das escolas estaduais de Sorocaba que há uma semana começaram a ser tomadas por alunos inconformados com o projeto de reorganização do ensino da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Por meio de liminar, concedida em ação movida pela Fazenda do Estado contra a Apeoesp (Sindicato do Magistério Oficial do Estado de São Paulo) que, conforme alegado no pedido, teria dirigentes dentro dos estabelecimentos ocupados, o juiz da Vara da Fazenda Pública da Comarca, José Eduardo Marcondes Machado, concedeu prazo de 24 horas, contado da notificação de cada unidade, para que os prédios sejam entregues.
Também ontem a Secretaria da Educação informou que 38 unidades de ensino no Estado foram desocupadas voluntariamente, em razão do “diálogo permanente” mantido com alunos e comunidade. Os estabelecimentos estão localizados na capital, cidades da Grande São Paulo, Jundiaí e Indaiatuba.
A decisão da Justiça local, da qual cabe recurso, proíbe ainda a entidade de dar continuidade às ocupações, a pretexto de protestar contra as mudanças, sob pena do pagamento de multa de R$ 50 mil por escola. A dirigente local da Apeoesp, Magda Souza, disse que não iria se manifestar sobre a medida, já que não tomou conhecimento da mesma. Alegou, por outro lado, que o Sindicato irá recorrer, posto que não é parte para responder à ação. “Quem ocupou as escolas foram os estudantes secundaristas, não a Apeoesp”, afirmou.
O diretor da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (Uses), Abimael Ribeiro, também disse que aguardará ser comunicado oficialmente para, depois, se posicionar sobre o assunto. A organização que representa os alunos se reúne hoje, às 9h, na Escola Antonio Padilha para discutir e avaliar o movimento na cidade e deverá incorporar ao debate o decreto judicial.