As mobilizações dos sindicatos metalúrgicos na base da FEM-CUT começaram a surtir efeitos nas empresas. Três bancadas patronais retomaram as negociações com a Federação: G8 nesta quarta-feira (17), às 14h, na FIESP; lembrando que a FEM tem rodada agendada com o G3, às 10h, na sede do Sindipeças; G2 na quinta-feira (18), às 9h, na FIESP e Fundição na sexta-feira (19), às 14h, no Sindicato da Indústria de Fundição no Estado de São Paulo (SIFESP), na Avenida Paulista. Ainda não agendaram o Grupo 10 e Estamparia.
Avisos de greve e mobilizações
Na semana passada, nos dias 9 e 11 de setembro, a Federação protocolou comunicados de greve para todas as bancadas, que determinam, que após o prazo de 48 horas, os cerca de 215 mil metalúrgicos em Campanha Salarial na base da FEM poderão entrar em greve geral por tempo indeterminado. “Deixamos claro para todos os setores que não fecharemos acordos sem a reposição integral da inflação da data-base da nossa categoria, 1º de setembro, e mais aumento real no salário”, afirma o presidente da FEM-CUT, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro.
Até o momento, os índices apresentados pelas bancadas patronais não cobrem a reposição da inflação do período da data-base da categoria metalúrgica, 1º de setembro — calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)/IBGE, que fechou em 6,35%.
Mobilizações e paralisações
Os sindicatos metalúrgicos filiados estão intensificando as mobilizações nas portas das fábricas, atrasando a entrada dos trabalhadores. Os protestos prolongados mais frequentes aconteceram no ABC paulista, Sorocaba, Pindamonhagaba, Salto, Itu, Taubaté, São Carlos, Matão e Monte Alto.
Em Pindamonhangaba, os metalúrgicos na Tenaris Confab entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça (16).
Resumo das negociações
As negociações da Campanha Salarial da FEM iniciaram no dia 16 de julho. A bancada patronal do G3 foi a primeira a iniciar as discussões. Depois vieram os setores dos Grupos 2,8 e 10.
Até o momento, as negociações, sempre marcadas por muitas dificuldades das bancadas patronais, giram em torno da pauta de temas econômicos negociados neste ano pela FEM: a redução gradativa da jornada de trabalho, sem redução no salário, de 44h para 40h semanais nas fábricas e a valorização nos pisos salariais, que ao longo dos últimos anos, tiveram reajustes inferiores ao do Salário Mínimo Nacional.
Em relação aos Grupos 8, Estamparia e 10, a FEM negocia também a unificação da cláusula da Licença-Maternidade de 180 dias na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
No G8 e na Estamparia, esta cláusula é uma recomendação e no G10 assegura apenas 150 dias.
A Federação quer unificá-las nestes setores patronais para 180 dias, transformando em um direito garantido das mulheres metalúrgicas – como já está assegurado nas demais bancadas patronais.
Base FEM em Campanha
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Total:89,139 mil
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Total: 51,531 mil
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários,
rodoviários entre outros)
Total: 41,872 mil
Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)
Total: 23,825 mil
Estamparia
Total: 5,337 mil
Fundição
Total: 3,941 mil
Total: 215, 645 mil metalúrgicos em Campanha. Lembrando que a FEM-CUT/SP representa
251 mil metalúrgicos na base (neste dado estão incluídos os setores aeroespacial e montadoras)
Fonte dos dados: Subseção do Dieese da FEM-CNM/CUT