A ZF, agora dona da norte-americana TRW, vai investir R$100 milhões para fabricar transmissões automáticas em Sorocaba
O Grupo ZF anunciou, dia 23 de setembro, que vai investir R$ 100 milhões para iniciar a produção de transmissões automáticas para veículos comerciais na fábrica de Sorocaba. Dias antes, a multinacional alemã já havia confirmado a compra da TRW, por R$ 12,4 bilhões.
A aquisição da norte-americana TRW pela ZF deu origem, automaticamente, a um dos três maiores grupos de autopeças do mundo, com faturamento estimado em 30 bilhões de euros ou 41 bilhões de dólares. “Enquanto isso, a campanha salarial dos trabalhadores da empresa no estado de São Paulo continua emperrada desde 1º de setembro”, critica Leandro Soares, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) e funcionário da ZF Lemforder.
Leandro explica que, para o SMetal, o investimento da planta de Sorocaba é uma ótima notícia. “Mas não dá pra gente deixar de apontar a incoerência da ZF e outras empresas que, nas vésperas da eleição, reclamam da economia e se recusam a dar 2% de aumento real nos salários aos trabalhadores, enquanto investem bilhões para ampliar o mercado e aumentar seus lucros”, afirma.
Mercado em crescimento
O investimento em Sorocaba e a compra da TRW foram noticiados pelo portal Automotive Business. De acordo com uma das reportagens, Stefan Sommer, presidente mundial do grupo ZF, afirmou que as vendas do grupo ZF/TRW na América do Sul em breve vai ultrapassar a marca de 1 bilhão de euros. “Também temos um forte portfólio a juntar na região, especialmente no Brasil”, afirmou Sommer.
“Onde está a crise afinal?”, questiona Leandro. Para o dirigente, a ZF tem condições não apenas de repor a inflação e conceder aumento real aos funcionários, como também utilizar sua influência na Fiesp (Federação das Indústrias) para agilizar a campanha salarial de toda a categoria.
Já o anúncio do investimento em Sorocaba foi feito por Wilson Bricio, presidente da ZF na América do Sul. “Estamos cada vez mais aptos a introduzir no Brasil as tecnologias que desenvolvemos na Europa, até porque os projetos de caminhões e ônibus são parecidos e nossos clientes pedem essa localização [no Brasil]”, afirmou o executivo à Automotive Business.
