O golpe em curso no Brasil é contra o (a) trabalhador (a). Mas, o que se mostra nos meios de comunicação são apenas os discursos de políticos que não se contentam em terem perdido a eleição justa e democrática.
A CUT tem uma vasta pauta de reivindicações para os trabalhadores. É preciso sim muita luta por mudanças e para melhorar as condições de trabalho, mas isso não está no projeto da direita, da elite empresarial.
Tanto a elite e os partidos que estão atacando a democracia querem iludir a população. O plano deles é arrochar salários e direitos da classe trabalhadora para atender aos interesses do mercado financeiro e dos que querem lucrar cada vez mais às custas do povo.
Não é à toa que os empresários fizeram de tudo para que o impeachment da presidenta Dilma passasse na Câmara. E agora querem que você pague o pato!
Querem diminuir o horário de almoço, terceirizar tudo, reduzir o salário mínimo, arrochar os salários e acabar com direitos como 13º e multa do FGTS.
Os patrões e os golpistas querem eliminar conquistas dos últimos 14 anos, como a ampliação do valor pago no aviso prévio indenizado, os direitos das trabalhadoras domésticas, a correção da tabela do IR (que durante todo o governo de FHC foi corrigida só em 17,5%, enquanto nos governos Lula e Dilma, a correção acumulada foi de 75%), só para citar alguns exemplos.
“Nossa luta pela manutenção de direitos e por mais conquistas tem que ser contínua, mas esse acirramento político, por parte de um grupo perdedor que tenta ganhar o poder em um processo ilegal e imoral, deixa o Brasil estagnado e ainda querem impor uma pauta de retrocesso”, declara o secretário de relações do trabalho da CUT/SP, Ademilson Terto da Silva, que também é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e coordenador da subsede Sorocaba da CUT.
PARTICIPE! ESSA LUTA É NOSSA!
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e outros direitos conquistados foram graças à organização e união da nossa categoria. Os (as) metalúrgicos (as) sempre tiveram disposição para lutar e agora, precisamos reforçar a mobilização, porque o momento exige de nós uma reação à altura para impedir qualquer retrocesso. Para avançar em nossas conquistas é preciso barrar o golpe. Fomos nós que construímos a democracia no país, que fizemos greves, que tomamos as ruas para assegurar conquistas.
LUTAR CONTRA O GOLPE é defender os direitos dos trabalhadores
• REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
Sem redução de salário! A pauta da CUT é clara, é preciso lei para reduzir a jornada para 40 horas semanais. Há mais de 20 anos tramita no Congresso projetos de lei para atender essa reivindicação, mas nunca foram à votação porque a bancada patronal não permite. A jornada menor é reivindicação histórica porque vai gerar milhares de empregos e garantir à classe trabalhadora mais tempo para descanso, lazer e estudo.
• COMBATER A TERCEIRIZAÇÃO
Em 2015, a Câmara dos Deputados golpeou a classe trabalhadora e aprovou o PL 4330, que libera a terceirização sem limites. Agora, o projeto está no Senado e nós do movimento sindical e a classe trabalhadora como um todo temos que impedir que ele passe. A terceirização significa desemprego, rotatividade, salários mais baixos, mais acidentes de trabalho e menos benefícios sociais, como convênio médico, cesta básica, vale refeição.
• MUDANÇA NA TABELA DO I.R.
É uma questão lógica. Quem ganha mais paga mais. O trabalhador não pode pagar a conta dos que ganham muito mais que ele. Queremos uma tabela mais justa, como a que foi apresentada pelos deputados do PT e que prevê as seguintes faixas:
Até R$ 3.390,00 – Isento
de R$ 3.390,01 até R$ 6.780 – 5%
R$ 6.780.01 até R$ 10.170 – 10%
R$ 10.170,01 até R$ 13.560 – 15%
R$ 13.560,01 até R$ 27.120 – 20%
R$ 27.120,01 até R$ 108.480 – 30%
A partir de 108.480,01 – 40%
• DEFESA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O setor patronal aliado a políticos conservadores e golpistas querem aumentar a idade mínima para aposentadoria. Não podemos admitir esse retrocesso. Queremos assegurar a fórmula 85/95 e acabar com o fator previdenciário. O direito à previdência pública e à aposentadoria digna é sagrado. Temos de impedir que o mercado financeiro force os trabalhadores a aderirem à previdência privada, para que as empresas lucrem ainda mais.
Nossas conquistas são históricas e nossa luta é contínua
Em entrevistas concedidas à Folha Metalúrgica e à Revista Ponto de Fusão, do SMetal, em diversos momentos, lideranças sociais e intelectuais mostram razões para os trabalhadores se conscientizarem da luta e permanecerem mobilizados
ACESSO À UNIVERSIDADE
“A juventude ganhou muito com a luta do movimento estudantil, mas também com um diálogo que a gente teve com o governo federal para ter direitos, mudanças e políticas públicas como o Prouni, Fies, as cotas nas universidades federais e ampliação e interiorização das universidades federais. O ensino técnico e uma série de políticas que fazem com que hoje a gente tenha mais oportunidades, em especial para o estudante de baixa renda, negros, indígenas, ou seja, uma diversidade maior da nossa sociedade”. Carina Vitral, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes)
DEMOCRATIZAR A MÍDIA
“A Globo recebe, por ano, 500 milhões em verbas publicitárias do governo. É aquela coisa que a gente fala, como é que pode o Jornal Nacional inteirinho destruindo a Petrobras e, chega na hora do intervalo, quem é o patrocinador? A Petrobras! Gasolina Podium e não sei o que, não sei quantos barris. Que sentido faz isso?”. “O Eduardo Cunha falou textualmente: a proposta de democratização da mídia só passa por cima do meu cadáver. Falou com esses termos. Então, quer dizer, não vai passar. Não vai acontecer”. Valter Sanches, e diretor de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
A DINÂMICA DA OPRESSÃO
“Elementos econômico, gênero e raça: Não é possível explicar o Brasil se você não faz parte da premissa de que esses três elementos interagem na dinâmica da opressão, então, vez ou outra, um ocupa o espaço de protagonismo, mas eles se equivalem”. “As políticas sociais que temos são pontuais, grande parte delas não são políticas de estado, são de programas de governos, o que torna mais frágil ainda e a bel prazer do governante daquele momento”. Douglas Belchior, fundador dos cursinhos populares da Uneafro e articulista da Carta Capital
ROTATIVIDADE E TERCEIRIZAÇÃO
“A rotatividade é mais presente, é mais forte, junto aos trabalhadores terceirizados do que os não terceirizados. O trabalhador terceirizado tem uma taxa de rotatividade ao redor de 62% a 63%, o trabalhador não terceirizado tem uma taxa ao redor de 36%”. “O problema é que o projeto que está sob avaliação do Senado não é um projeto que regula a terceirização, mas procura desregular o trabalho não terceirizado, o que significa rebaixamento”. Márcio Pochmann, economista, prof.º da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo