A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) protocolou, na manhã desta sexta-feira, dia 25, comunicados de greve junto aos grupos patronais 2,8,10, Fundições e Estamparias de Metal. No período da tarde o comunicado deverá ser entregue à bancada patronal do Grupo 3.
O Grupo 2 é formado por fabricantes de máquinas e eletroeletrônicos. O Grupo 3, por autopeças, forjarias e fábricas de parafusos. O Grupo 8, por empresas de trefilação, laminação, refrigeração e equipamentos ferroviários, entre outros. Já o Grupo 10 reúne fábricas de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação e material bélico, entre outros.
De acordo com nota da FEM à imprensa, o documento protocolado informa que “a partir de 48 horas da entrega do comunicado, conforme assembleias dos trabalhadores, serão deflagradas paralisações em qualquer empresa dos setores patronais da base da Federação no Estado”.
Ainda segundo a nota da FEM, a organização das paralisações ficará a critério dos sindicatos metalúrgicos filiados, conforme previsto na Lei de Greve, assegurada no artigo 9º da Constituição Federal Brasileira.
Em Sorocaba, a possibilidade de greve foi aprovada pelos metalúrgicos durante protesto realizado na quarta-feira, dia 23, que reuniu mais de seis mil trabalhadores em frente à sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Na ocasião, os dirigentes sindicais inclusive protocolaram um aviso no Ciesp informando sobre a possível greve.
Propostas até agora
Das seis bancadas patronais que negociam com a FEM, apenas três apresentaram propostas de reajuste salarial até agora. O Grupo 2 ofereceu 7% em duas vezes (setembro e fevereiro). O grupo das Estamparias de Metais propôs 8% também em duas parcelas. O Grupo ofereceu 8% para salários até R$ 3 mil e 7% salários acima de R$ 3 mil até a faixa de R$ 7,6 mil.
As três propostas ficaram abaixo das perdas salariais causadas pela inflação dos últimos 12 meses, que estão em 9,88%, segundo apurou o INPC/IBGE.
Os outros três grupos, Fundição, 8 e 10 não apresentaram propostas de reajustes, nem concluíram as negociações sobre as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.
Para os patrões repensarem
Em declaração à imprensa, o presidente da FEM, Luiz Carlos da Silva Dias, Luisão, afirmou que “Essa ação dura [o aviso de greve] é necessária para pressionar as bancadas patronais a repensarem a proposta econômica e nos apresentarem de fato um índice que contemple a categoria metalúrgica cutista. Caso contrário, eles ouvirão o silêncio das máquinas na próxima semana”.
O presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, confirma as declarações de Luisão e disse esperar que os patrões, antes do prazo de 48 horas, apresentem propostas viáveis. “Sem propostas dignas de serem levadas para assembleias, a categoria na região de Sorocaba vai parar. Mas não vamos antecipar nem o dia nem o formato das paralisações”, explica.