A valorização nos pisos salariais e a garantia do direito à Licença-Maternidade de 180 dias foram os principais temas debatidos na 1ª rodada de negociação da Campanha Salarial da FEM-CUT/SP com a bancada patronal do Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros), na quarta-feira (6), na sede do Sicetel, na FIESP.
No G8 e Estamparia, a cláusula da Licença-Maternidade de 180 dias é “facultativa” e no G10 estão assegurados somente 150 dias à trabalhadora. “Conquistar esta cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho foi uma grande luta nossa. Mas a recomendação não nos contempla. Queremos a garantia do direito e quando está expresso na CCT as empresas cumprem”, explica a Secretária da Mulher da FEM-CUT/SP, Andréa Ferreira Souza.
A sindicalista destacou para a bancada patronal do G8 que, com exceção destes três grupos patronais, todos os setores patronais na base da FEM já asseguram plenamente este direito à mulher metalúrgica. “A licença-maternidade de 180 dias não é para a mãe, mas para a criança e beneficiará toda a família. Além disso, as empresas ganharão com esta medida porque a mãe que alimenta o filho em seis meses faltará menos ao trabalho, a produtividade melhorará e a empresa terá seus benefícios fiscais ao aderir o Programa da Receita Federal”, ressalta.
Na base da FEM-CUT/SP, as mulheres metalúrgicas representam 16% e nas empresas do G8 elas somam 15%.
Pisos
O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro, falou sobre a importância da valorização dos pisos salariais. “Estudos da nossa Subseção do Dieese da FEM mostram que de 2002 até hoje, o salário mínimo nacional teve um reajuste de cerca de 70%; no mesmo período os pisos nas empresas do G8 no Estado aumentaram 40,47%. Por isso, temos que construir uma forma de valorizá-los”, relata.
Próxima rodada
O coordenador da bancada patronal do G8, Valdemar Andrade, disse que avaliará as reivindicações da FEM e na próxima rodada, agendada para o dia 12, às 9h, no Sicetel, dará uma resposta.
Negociação com G3
A 4ª rodada de negociação com a bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos) ainda está sem data definida.
Até agora, nas três últimas rodadas com o G3 – primeiro grupo que a FEM iniciou a Campanha -foram debatidas a redução na jornada de trabalho e a valorização nos pisos salariais. “Todos os anos enfrentamos negociações difíceis e neste ano não é diferente. Mas estamos otimistas com os indicadores econômicos para o 2º semestre que apontam uma recuperação da economia, que terão reflexos positivos na produção dos setores”, conta Biro.
Pautas de reivindicações da FEM-CUT/SP
Reposição dos salários pelo índice integral da inflação;
Aumento real de salário;
Valorização dos pisos;
Licença-Maternidade de 180 dias para os grupos patronais que ainda não concedem este benefício às trabalhadoras;
Redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução no salário.
Base FEM-CUT/SP em Campanha
A data-base da categoria é 1º de setembro e estarão em Campanha cerca de 215 mil metalúrgicos, de um total de 251 mil na base da FEM no Estado. Neste ano só serão negociadas as cláusulas econômicas, as sociais têm validade de dois anos e estão em vigor até 31 de agosto de 2015.
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Total:89,139 mil
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Total: 51,531 mil
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)
Total: 41,872 mil
Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)
Total: 23,825 mil
Estamparia
Total: 5,337 mil
Fundição
Total: 3,941 mil
Total: 215, 645 mil metalúrgicos em Campanha. Lembrando que a FEM-CUT/SP representa 251 mil metalúrgicos na base (neste dado estão incluídos os setores aeroespacial e montadoras)
Fonte dos dados: Subseção do Dieese da FEM-CNM/CUT