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Dieese-CNM/CUT

Estudo Dieese-CNM/CUT aponta avanços nas negociações salariais dos metalúrgicos

Levantamento mostra que entre as 71 negociações coletivas acompanhadas, todas ao menos recuperaram a inflação. Ao todo foram 95,8% dos acordos com aumento real nos salários e 4,2% que repuseram os índices do INPC-IBGE

Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT
Raquel Camargo
Carlos Grana conversa com jornalistas durante coletiva de imprensa na sede da CNM/CUT, no ABC

Carlos Grana conversa com jornalistas durante coletiva de imprensa na sede da CNM/CUT, no ABC

No dia em que a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT comemora 19 anos de fundação, a CNM/CUT e a FEM-CUT/SP apresentaram o balanço das negociações dos reajustes salariais da categoria em 2010 em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (23), na sede conjunta das entidades, em São Bernardo do Campo.

O estudo, elaborado pela subseção do Dieese, aponta que entre as 71 negociações coletivas do ramo metalúrgico analisadas em 2010, 95,8% obtiveram reajustes salariais com aumentos reais e 4,2% tiveram ao menos a reposição da inflação. “Nenhum destes acordos registrados ficou abaixo do INPC-IBGE”, afirmou o sociólogo e técnico do Dieese, Rafael Serrao.

Segundo o levantamento, o desempenho das negociações por reajuste salarial é o mais positivo da série. Os maiores ganhos reais que atingiram 5% acima da inflação no período, atingiu 5,6% dos metalúrgicos. Outros 8,5% das 71 negociações do ramo tiveram aumento real entre 4,01% e 5%; e 21,1% da categoria obtiveram entre 3,01% e 4% de aumento real em suas negociações.

O presidente da CNM/CUT e deputado estadual, Carlos Grana lembrou que os reajustes dos metalúrgicos foram superiores a outros setores da indústria e ficaram acima da média registrada pelo estudo nacional realizado pelo Dieese.

“Durante duas décadas, os estudos apontavam queda nos salários e empregos e, antes, a grande luta dos trabalhadores nas negociações salariais era a reposição da inflação. Agora vivemos um novo momento em nossa economia”, afirmou ao lembrar entre outras coisas, do fortalecimento do mercado interno, que permitiu um impacto menor da crise econômica mundial no Brasil.

O presidente da FEM/CUT-SP, Valmir Marques da Silva (Biro Biro), apontou que a tarefa para o próximo período é a elevação dos pisos salariais da categoria. “Entre 2008 e 2010 conquistamos grandes acordos e o último ano aponta como o melhor da história nas negociações salariais. Mas ainda sim é preciso que os pisos sejam valorizados”, disse.
Já o diretor do Dieese, Sérgio Mendonça, ressaltou a expectativa para balanços ainda melhores nos próximos anos. “A ação sindical e o cenário favorável da economia, principalmente na indústria metalúrgica, permitiu que os trabalhadores conquistassem estes avanços salariais.”

Pautas dos metalúrgicos
Grana, Biro Biro e o secretário-geral da CNM/CUT, João Cayres, lembraram que os metalúrgicos têm dois grandes objetivos neste semestre. O primeiro é luta pela ratificação da convenção 158 da OIT, que impede as empresas de demitir funcionários de maneira imotivada e que deve entrar na pauta da Câmara Federal nos próximos dias.

A convenção 158, aprovada pela OIT em Genebra (Suíça) em 1982, chegou a vigorar no Brasil, mas o acordo em torno da matéria foi rompido pelo Decreto 2.100/96, assinado pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. “Atualmente há uma rotatividade de 35% entre os trabalhadores no setor, prática empresarial que visa minimizar os impactos do reajuste salarial”, lembrou Grana.

A conquista de acordos acima da inflação nas campanhas salariais que começam ainda neste semestre é outro ponto de luta da categoria.

Clique aqui para fazer o download da íntegra do estudo (em PDF)

Baixe também o

Balanço das nefociações dos reajustes salariais em 2010

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CNM Dieese negociação salários
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