Aos menos 200 estudantes participaram do ato
“Michel Temer, a culpa é sua, hoje a aula é na rua”. Esse foi o recado dos mais de 200 estudantes que se reuniram, nesta quarta-feira, dia 26, na Praça Coronel Fernando Prestes, no centro de Sorocaba, para mais um ato. Alunos de ao menos 15 escolas, segundo os organizadores, participaram da manifestação, que teve apoio de movimentos sociais como União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (USES), Levante Popular da Juventude e Novo Comando Estudantil (NCE).
A concentração aconteceu na Praça Coronel Fernando Prestes e, na sequência, os estudantes desceram pelo centro comercial até a Praça da Bandeira, onde uma aula de conscientização sobre as mudanças propostas pelo governo de Michel Temer foi realizada. A manifestação foi pacífica e teve forte aparato policial. Cinco viaturas e 10 motos da Polícia Militar, além de duas viaturas da Guarda Civil Municipal acompanharam os manifestantes até o final do ato.
O repúdio à PEC 241, aprovada nesta terça-feira, dia 25, em segundo turno na Câmara dos Deputados, e a reforma do ensino médio deu o tom ao ato, que também serviu como protesto contra a homofobia, machismo, racismo e o projeto escola sem partido.
Para Vinícius Viana, presidente da USES, as movimentações estudantis têm dado resultado. “Os estudantes estão se conscientizando cada vez e entendendo o que é essa reforma, essa PEC 241. Antes, tínhamos que ir até a porta das escolas. Agora eles já sabem que vai ter ato e vêm direto”.
Viana lembrou do estudante Lucas Eduardo Araújo, morto esta semana em uma escola ocupada no Paraná. “Infelizmente a gente vê que a história se repete, a ditadura volta e a gente tem mais pessoas como Edson Luis (estudante morto pela polícia em 1968) desaparecendo e sendo mortas por lutar por aquilo que acreditam, mas isso é um gás para os estudantes secundaristas”.
O jovem também apontou para os resultados da luta dos estudantes, como as ocupações nas escolas do estado de São Paulo, que derrubaram o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e fizeram o governador Geraldo Alckmin recuar na proposta de reorganização escolar. “Não podemos desistir da luta, de sair nas ruas, ocupar as escolas. Enfim, de fazer o movimento e não ter medo”.
De acordo com Lucan Dantas, do Novo Comando Estudantil, apesar do ato ter reunido menos pessoas que da última vez, o movimento não enfraqueceu. “Muitos estudantes não vieram para o ato, mas muitas escolas foram paralisadas, no máximo uns 30 alunos foram para escola”.
Dantas reiterou que movimento não vai parar mesmo após a desocupação das Escolas “Professora Ossis Salvestrini Mendes” e “Hélio Del Cistia”. “Se o governo acha que a gente vai parar só porque eles desocuparam as escolas da aquela forma arbitrária, não vai. Vai ter mais atos, vamos vir mais em peso ainda”.
A presidente do Sindicato dos Vestuários, Paula Proença, e a vereadora eleita por Sorocaba, Iara Bernardi (PT), participaram da manifestação.
