Com o aumento dos combustíveis, a logística de produtos também encarece, comprometendo ainda mais o custo de vida dos trabalhadores.
Nos postos de combustíveis de Sorocaba o consumidor já pode notar o repasse do aumento das alíquotas do PIS e do Cofins feito, via decreto, na sexta-feira, 21, pelo governo Temer (PMDB).
A tributação sobre a gasolina subiu R$ 0,41 por litro e mais que dobrou: passou a custar aos motoristas R$ 0,79 para cada litro de gasolina. A tributação sobre o diesel subiu R$ 0,21 e ficou em R$ 0,46 por litro do combustível. Já a tributação sobre o etanol subiu R$ 0,20 por litro.
De acordo com a análise do economista da subseção do Dieese do SMetal, Fernando Lima, essa medida impopular do governo, que não passou pela Câmara nem pelo Senado, é para demonstrar ao mercado (capital financeiro) que as metas fiscais serão cumpridas.
“Isso comprova que esse movimento vai punir toda a sociedade em prol de poucos, sendo que há outros instrumentos que poderiam ser adotados, como tributação de bens de luxo e taxar propriedades improdutivas”, destaca Lima.
Consequências
Como o Brasil não desenvolveu a linha férrea, depende do transporte rodoviário para a logística de mercadorias, e com o aumento do diesel, a alimentação do brasileiro também sofrerá com essa medida de Temer.
Fora isso, impacta a economia como um todo, pois desestimula o consumo numa sociedade que já não vai bem. O economista da subseção do Dieese ressalta que “o país precisa de política econômica expansionista e não de uma medida restritiva como essa, que acaba punindo a sociedade no bolso, deixando o horizonte da população ainda mais nebuloso”.
Para o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito Correia, “o preço que a sociedade está pagando para sustentar esse governo é alto demais. Nossa categoria precisa oferecer uma qualidade de vida digna para a família e, para isso, merece políticas que favoreçam o crescimento da economia e da industrialização”.
Suspensão
Nesta terça-feira, 25, o juiz substituto Renato Borelli, da 20ª Vara Federal de Brasília, determinou a suspensão imediata do decreto publicado na semana passada pelo governo e que elevou a alíquota de PIS/Cofins que incide sobre a gasolina, o diesel e o etanol. Mas, tecnicamente, a decisão só vale quando o governo for notificado. A Advocacia-Geral da União (AGU) já informou que vai recorrer da decisão.
Energia elétrica
A conta de luz tem a possibilidade de ser acrescida de R$ 3 a partir de agosto, com o retorno da bandeira tarifária vermelha a cada 100kwh consumidos, por falta de chuvas em julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve anunciar nesta sexta-feira, 28, a cor da bandeira de agosto.