Opinião

EDITORIAL: Com Reforma não há garantia de aposentadoria

Editorial da Folha nº 927 fala sobre a importância da Previdência como política de proteção social e que a Reforma, além de dificultar o acesso à aposentadoria, retira benefícios como o auxílio-doença

Imprensa SMetal
Divulgação: CUT
Todos contra à Reforma da Previdência: Reaja agora ou morra trabalhando

Todos contra à Reforma da Previdência: Reaja agora ou morra trabalhando

A Previdência Social é um sistema milionário que deixa o capital financeiro muito interessado. Em nenhum país que implantou a capitalização da previdência houve sucesso. Nem para o trabalhador, nem para o Estado, que ficou sem política de proteção social. Apenas o sistema financeiro, que geriu, lucrou.

Um dos exemplos mais perversos na qual essa reforma foi implantada é o Chile, onde há idosos que, após 35 anos da reforma da previdência ter sido realizada, sentem a angústia de não terem rendimento.

Por isso, a CUT e demais centrais sindicais estão promovendo mobilizações no país para alertar sobre essa Reforma da Previdência Social, que além de dificultar o acesso à aposentadoria ainda pretende retirar benefícios, como auxílio-doença e auxílio-acidente.

É fundamental lembrarmos que os objetivos da Previdência Social é universalizar a proteção social. Uma luta que teve sucesso com a Constituição de 1988, quando houve o entendimento que era necessário construir, no país, um sistema de seguridade social. Avanços de um sistema de previdência para um sistema de seguridade, que inclui: saúde, assistência social e previdência.

Precisamos lutar para defender que a Previdência garanta o rendimento em caso de perda de capacidade laboral (devido à idade, doença, invalidez em caso de acidente, gravidez ou morte).

A coordenadora de pesquisas do Dieese, Patrícia Pelatier, é enfática ao afirmar que no regime geral da Previdência Social não há nenhum privilégio e sim distorções, que podem ser corrigidas sem uma reforma que prejudique os trabalhadores. A média de renda de aposentadoria é de R$ 1.326,99.

Nesse regime, está a maioria dos trabalhadores brasileiros, da iniciativa privada e os servidores com carteira assinada. Há ainda os regimes de previdência privada e de regimes próprios (juízes, desembargadores e militares).

Em entrevistas e cursos realizados recentemente, Patrícia frisa que a tal Reforma da Previdência (tanto a de Temer quanto a do ministro da economia, Paulo Guedes), em nenhum momento debate ou propõe um combate à evasão ou à sonegação.

O valor da dívida ativa das grandes corporações é altíssimo. O total dos impostos sonegados chegam a R$ 935,5 bilhões, conforme estudo compilado por Patrícia. A questão que se coloca é: por que punir mais ainda os trabalhadores e manter as grandes empresas impunes?

Paulo Guedes disse que vai reduzir imposto. Para os ricos apenas? Pela reforma, somente o patrão não contribuiria com a Previdência. “O problema da Previdência pública está na (falta de) receita e nos desvios que são feitos, e está, mais ainda, na flexibilização e precarização do mercado de trabalho”, destaca a coordenadora de pesquisa do Dieese.

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