“A grande ameaça ao presente e futuro do país são os políticos comprometidos com o projeto neoliberal, que sob o governo de Michel Temer (PMDB) conseguem passar por cima da Justiça e da vontade do povo”, afirma o presidente do SMetal, Leandro Soares, após o plenário da Câmara dos Deputados barrar a investigação de corrupção envolvendo Temer, na noite desta quarta-feira, dia 2.
Entre os deputados que interrompem o crescimento e avanço do país está o deputado federal da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), Vitor Lippi (PSDB), que a todo momento, nas rádios e em suas redes sociais, posiciona-se como defensor das reformas trabalhista (já aprovada) e da previdência.
Com discurso demagogo, em entrevista à rádio Ipanema, no dia 31 de julho – dois dias antes da votação pela continuidade da investigação de Temer – Lippi tentou defender Temer das acusações de corrupção. Ele disse: “parece
uma armação, induzida, programada e tirou a credibilidade da denúncia”, mas afirmou que votaria sim pela investigação, como o fez no dia 2.
O comportamento do deputado, que já foi fotografado sorrindo, ao lado de Eduardo Cunha (PMDB), principal aliado de Temer, em reuniões, em Brasília, demonstra claramente o projeto político instaurado no país, após o golpe contra a presidente Dilma.
Ele votou pela Reforma Trabalhista, que corta direitos fundamentais dos trabalhadores e deixa o país na berlinda, com aumento do desemprego, da rotatividade, da precarização do trabalho, como votou e propagou a terceirização irrestrita, que impõe a elevação dos casos de acidentes, como provam diversas pesquisas (Dieese, entre outras).
Lippi (PSDB) vota a favor do pato da Fiesp (Federação das Indústrias). Ele representa os empresários, o capital financeiro. É o rosto do golpe dado no povo brasileiro. Ele mente quando diz que a reforma vai gerar empregos. Já são 14 milhões de desempregados no Brasil e serão muito mais, a partir de novembro, quando a reforma entra em vigor.
Ele não engana o povo, que sabe sim, que Temer é corrupto, que comprou deputados, para votarem a favor de seus projetos e para deixá-lo ‘intocável’, como até a Rede Globo mostrou. A Folha de São Paulo também e o Estado de São Paulo também.
A denúncia contra Temer foi feita a partir da divulgação do áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, durante conversa com o presidente, no Palácio do Jaburu, para negociar casos de corrupção. Além disso, foram gravadas imagens de seu assessor, o deputado Rocha Loures, carregando uma mala com 500 mil dólares. O montante, segundo Batista, era destinado a Temer.
Em pesquisa divulgada na última quinta-feira, 27, pelo Ibope/CNI, a gestão de Temer é reprovada por 95% da população brasileira, avaliação que é a pior desde a redemocratização do país, em 1985.
Uma pesquisa feita pelo instituto Ibope, por encomenda da ONG Avaaz, mostra que 81% dos eleitores brasileiros são a favor da abertura de um processo contra o presidente Temer no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ainda segundo a pesquisa, para 79% dos entrevistados, “o deputado que votar contra a denúncia é cúmplice de corrupção”. O levantamento também aponta que 73% dos eleitores crê que o deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito nas eleições de 2018.
Resolvida a charada
Lippi é macaco velho da política, começou sua trajetória como vereador de Mairinque e chegou a prefeito de Sorocaba (PSDB), antes de se eleger para o posto atual, em Brasília.
Ano que vem é ano eleitoral (deputados estaduais, federais e presidência da República) e ele está de olho na reeleição. Não votaria contra uma investigação porque não teria argumentos para dar para seus eleitores da Região Metropolitana de Sorocaba.
Mas votou com ressalvas. As ressalvas que fez em público, na rádio Ipanema, no dia 31. Para ele, corrupção não é uma palavra que se aplica a Temer ou a outro político aliado ao projeto neoliberal, no qual o capital financeiro dita as regras. Corrupção pode ser atribuída a qualquer outro político, para eles não. Assim, governam os reis da demagogia.
2018 está aí. O Brasil vive a pior recessão de toda sua história. Desemprego, lojas e indústrias fechando as portas. Até quando o discurso de Lippi e de todos esses aliados de Temer vai se sustentar? Quanto está custando para você sustentar Temer no poder? O patrão te ameaça, o combustível subiu, assim como o custo de vida, incluindo a energia elétrica.
A próxima batalha? Será a Reforma da Previdência. Temer ficou livre de qualquer investigação para aprovar mais um golpe contra você, trabalhador: querem agora acabar com sua aposentadoria.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e CUT não vão permitir que eles vençam essa batalha facilmente. Vamos às ruas, vamos mobilizar novamente. “Apesar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarar que a Câmara não precisa atender, nem ouvir o povo, que não é cartório, confiamos na soberania popular e lutaremos pelo retorno do sistema democrático em nosso país”, destaca o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.
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