Nestas eleições é importante observar quem defende os interesses do povo e quem defende os interesses corporativos.
O jornal Cruzeiro do Sul sempre teve lado, mas no geral, tentava cumprir o caráter informativo. Neste ano, as censuras e o assédio moral praticados pela diretoria da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) e do Conselho do próprio jornal começaram a ter repercussão nacional.
Essa afronta ao jornalismo teve visibilidade em diferentes espaços, como em diversos jornais, portais de notícias, formadores de opinião e nos comentários de assinantes e de leitores.
Em abril, o promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude de Sorocaba no interior de São Paulo, Antônio Domingues Farto Neto, com outros integrantes da FUA, protagonizou um episódio autoritário no jornal regional Cruzeiro do Sul.
Com gritos e ameaças tentava impedir a publicação sobre a greve geral dos trabalhadores.
Os funcionários do jornal repudiaram em carta e em denúncia ao Sindicato dos Jornalistas a truculência do grupo de diretores da FUA.
Na carta escreveram que, em meio a um clima já opressor, o grupo chamou policiais para serem entrevistados na redação no intuito de dar um caráter criminalístico para o movimento (os trabalhadores em greve).
Pelo assédio moral o Cruzeiro do Sul sofreu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Justiça para impedir que os jornalistas passassem novamente por essa prática desumana.
Mas não adiantou porque quando se trata de pauta dos trabalhadores a censura continua. É um jornal que está a serviço da elite, não dos trabalhadores. Os leitores do jornal já perceberam isso.
Dezenas de comentários na página das redes sociais dos jornais lamentaram o fim do jornalismo desse jornal centenário quando não publicou uma linha sequer da manifestação de quatro mil servidores públicos pelas ruas da cidade, em maio deste ano.
Os servidores de Votorantim também fizeram greve, foi vitoriosa porque conquistaram o reajuste justo e o Cruzeiro também ignorou.
Quando há manifestações a favor dos direitos, não se torna notícia nesse veículo de comunicação, que recebe isenção fiscal por pertencer a uma Fundação.
Além de se posicionar claramente contra os interesses dos trabalhadores em suas páginas, como na edição do último dia 29, quando ataca o Partido dos Trabalhadores, em sua capa, deixando de lado qualquer resquício de jornalismo.
O editor-chefe Romeu Sérgio Osório, um conservador de ultra-direita, foi contratado este ano para justamente dar a linha política institucional e atacar qualquer movimento ou entidade que represente os interesses dos trabalhadores.
Na redação, o clima não tem como ser pior. Os jornalistas que podem pedem demissão e trocam de emprego. Mas, os que ficam sofrem um cenário tenebroso de arrogância e autoritarismo.
É preciso estar atento a essas narrativas para perceber o quanto podem confundir e tentar iludir o eleitor.
Esse jornal presta um desserviço à comunidade e a toda região quando impõe a censura, o desrespeito aos seus próprios jornalistas, quando deixa de ir atrás da notícia para fabricar fake news e a subestimar a inteligência de seus leitores.
É uma lástima! Que um novo tempo amanheça!