Crescimento

Crescimento de emprego formal na região de Sorocaba supera a média estadual

Conforme estudo da Fundação Seade, trabalhadores da área agropecuária, cultivo de árvores frutíferas e serviços tiveram maior saldo de contratações no segundo trimestre deste ano

Jornal Cruzeiro do Sul
Divulgação

Trabalhadores da cultura de cana-de-açúcar esteve entre as ocupações com maior número de contratações no período analisado

Os setores agropecuário e de serviços tiveram maior número de contratações na antiga região administrativa de Sorocaba no segundo trimestre do ano. Trabalhadores no cultivo de árvores frutíferas (principalmente a laranja) e de cana-de-açúcar, tratorista agrícola, motorista de caminhão e faxineiro foram algumas das principais ocupações. Na indústria, alimentador de linha de produção e operador de linha de montagem (aparelhos eletrônicos) foram os destaques, mas os empregos no setor só cresceram 0,1%.

O estudo sobre o desempenho do emprego formal no Estado de São Paulo e regiões, no segundo trimestre (abril a junho), foi elaborado pela Fundação Seade, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e divulgado na última semana. Os empregos formais no Estado, nesse período, aumentaram em 60.459 novos postos de trabalho, resultado de 1.624.317 admissões e 1.563.858 desligamentos.

Nos 79 municípios da antiga região administrativa (em fevereiro, com a criação da região administrativa de Itapeva, a de Sorocaba passou a ser formada por 47 municípios), houve acréscimo de 7.380 vagas, saldo de 100.568 admissões e 93.188 demissões, chegando-se ao final do trimestre a 719.300 trabalhadores.

A antiga região administrativa de Sorocaba representa 5,6% do total de empregos no Estado. Na comparação com o primeiro trimestre o crescimento foi de 1% . Comparando-se ao segundo trimestre de 2013, o aumento foi ainda maior, 2,3%. O desempenho regional foi maior que a média estadual, de 0,5% de crescimento em relação ao primeiro trimestre de 2014 e 0,7% para o segundo trimestre de 2013. Na região administrativa de Campinas, que tem 15,9% dos empregos formais do Estado, os índices foram de 0,5% e 0,4% respectivamente, na mesma comparação de trimestres.

Na análise do Seade, segundo setores de atividade, “foram positivos os saldos de empregos formais na agricultura, silvicultura, criação de animais e extrativismo vegetal (geração de 4.164 postos de trabalho, ou 7,2%), nos serviços (2.148, ou 1%) e, em menor medida, na administração pública direta e autárquica (335, ou 1,5%) e na construção civil (162, ou 0,6%).” O relatório do estudo mostra ainda uma “ligeira variação na indústria de transformação (criação de 161 empregos formais, ou 0,1%), que deveu-se a movimento negativo na metal-mecânica (eliminação de 1.202 postos de trabalho, ou -1,3%) e positivo na indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico (1.010, ou 2,8%).”

Em relação ao segundo trimestre de 2013, o aumento de postos de trabalho (2,3% ou 16.098) ocorreu, principalmente, devido ao desempenho dos municípios da região de governo (RG) de Sorocaba (2,4% ou 10.031), Botucatu (2,7% ou 1.951), Itapetininga (1,5% ou 1.760), Itapeva (3,0% ou 1.444) e Avaré (1,6% ou 912).

Dinâmica regional

O economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Sorocaba, Fernando Lima, diz que o resultado do estudo do Seade apresenta uma dinâmica do mercado de trabalho regional, com destaques positivos para os setores de agropecuária e serviços. “Os dados são relativos ao segundo trimestre do ano e portanto agora, em outubro, esse quadro pode ter mudado bastante”, segundo o economista, que considera ainda o desmembramento de municípios da antiga região administrativa de Sorocaba, a maioria de economia voltada à agricultura, e que passarão a ser contabilizados na região administrativa de Itapeva.

As ocupações com maior número de contratações no segundo trimestre, na região, foram de trabalhador no cultivo de árvores frutíferas (saldo de 3.495), depois trabalhador da cultura de cana-de-açúcar (1.437), alimentador de linha de produção (604), motorista de caminhão (570) e tratorista agrícola (461). Entre as ocupações com mais demissões no período estão trabalhador agropecuário em geral (-824), operador de máquinas operatrizes (-238), soldador (-183), trabalhador volante na agricultura (-178) e vigilante (-119).

Rotatividade

As maiores contratações e também demissões, na agropecuária, mostram uma volatilidade do setor. O economista do Dieese avalia esses índices como uma ampla oscilação e rotatividade, que depende de safras e épocas de plantio, portanto o trabalhador não permanece empregado o ano inteiro. “Mas por outro lado, ele é registrado em carteira, formalmente.” Entre as maiores contratações, no trimestre, Lima ressalta que são ocupações de baixa remuneração, tanto na agropecuária como em serviços.

“Como características mais gerais dessas ocupações, observa-se o predomínio daquelas com menores exigências de especialização e escolaridade”, conforme o relatório do estudo. “A partir da movimentação de admissões e desligamentos segundo ocupações, podem ser obtidos importantes indicativos sobre áreas profissionais mais dinâmicas e, eventualmente, com maiores necessidades de qualificação”, informa o Seade.

Indústria

Nas duas funções de maior contratação na indústria da região – alimentador de linha de produção e operador de linha de montagem (aparelhos eletrônicos) – a predominância é a cidade de Sorocaba, segundo o economista do Dieese. O setor industrial continua contratando em determinados segmentos, mas demite em outros. Por isso, o baixo crescimento do nível de emprego no trimestre, de apenas 0,1%.

A comparação do segundo trimeste de 2014 com o anterior e com o mesmo período do ano passado, deixam clara a variação do desempenho dos setores de atividade de um período para outro. Lima cita a grande diferença na agropecuária, que em relação ao segundo trimeste de 2013 obteve uma queda de -1,7% (-1.083), e para o primeiro trimestre de 2014 um crescimento de 7,2% (4.164). O emprego na indústria metal-mecânica apresentou índice positivo de 2,7% (2.483) na comparação com o segundo trimestre de 2013 e uma queda de -1,3% (-1.202) com o primeiro trimestre de 2014.

Os dados do estudo do Seade, por regiões do Estado, estão disponíveis no site www.seade.gov.br.

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