O mês de março de 2021 bateu recorde em número de mortes causadas pela Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. No total, 66.868 pessoas perderam a vida pela doença no último mês, que encerrou nesta quarta-feira, dia 31, com recorde também no número diário de mortes: de 3.950 em 24 horas (balanço do consórcio de veículos de imprensa).
Em Sorocaba não foi diferente. 357 sorocabanos perderam a vida para a Covid-19 somente em março deste ano. No total, desde o começo da pandemia, a cidade contabilizou 1.114 óbitos, segundo o último boletim divulgado pela prefeitura de Sorocaba.
Os leitos clínicos e de UTI, tanto na rede pública quanto nos hospitais privados da cidade, também estão todos ocupados, inclusive, com filas de espera.
Para Leandro Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), se medidas mais drásticas, como o lockdown, não forem executadas pelos governantes e acatadas pela população e pelos patrões, o mês de abril pode superar esses índices.
“Por isso temos nos empenhado tanto para que a categoria metalúrgica possa ficar em segurança, nas suas casas, por pelo menos 15 dias. Seriam mais de 32 mil pessoas a menos circulando pela cidade e podendo ser infectadas”, explica.
O presidente do Sindicato lembra ainda que, nesta semana, foi registrada a circulação de uma nova variante do coronavírus. “Essa nova cepa pode agravar ainda mais a situação da pandemia na cidade. São mais vidas em risco, não podemos continuar fingindo que está tudo controlado”, critica.
Antecipação dos feriados
Na última quarta-feira, 31, a diretoria do SMetal entrou com uma ação civil pública, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e com denúncia contra o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) no Ministério Público, por conta da exclusão dos trabalhadores da indústria da antecipação dos feriados na cidade.
Para a entidade, ao deixar cerca de 50 mil trabalhadores fora da antecipação do feriado, Manga coloca essas pessoas em risco “de forma desumana, em violação ao direito à proteção e à saúde, questões humanitárias que deveriam ser defendidas pelo Poder Público em relação a todos os cidadãos sorocabanos”.