Sem acordo

Bancos não apresentam proposta e greve continua

Em negociação, Fenaban insistiu na lógica de impor perdas aos bancários com reajuste abaixo da inflação no setor que mais lucra no país; assim, mobilização vai crescer ainda mais

Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo/Cláudia Motta
Foguinho/Imprensa SMetal

Os bancos vieram para a sétima rodada de negociação na tarde de terça-feira, dia 13, sem proposta para os bancários

Os bancos vieram para a sétima rodada de negociação, na tarde dessa terça-feira 13, sem proposta para os bancários. Durante mais de quatro horas, os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) insistiram em defender um modelo já rejeitado pela categoria, com índice rebaixado mais abono. Com um longo discurso sobre inflação futura – que eles acham que vai ficar na casa dos 5%, querem impor perdas aos trabalhadores.

“Mas nós queremos discutir o que os trabalhadores já perderam”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. Entre 31 de agosto de 2015 e 1º de setembro deste ano, o poder de compra da categoria foi corroído em 9,62%, de acordo com o INPC. “O setor que mais lucra no Brasil insiste em recusar aumento digno aos bancários e isso não vamos aceitar”.

Não para empregos – Os integrantes do Comando voltaram a cobrar resposta a uma reivindicação fundamental para a categoria: proteção aos empregos. Mas a Fenaban afirmou que não cabe na Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT dos bancários, uma cláusula que garanta empregos. “Somente até julho deste ano quase 8 mil postos de trabalho foram extintos nos bancos e isso tem de parar”, cobra a dirigente.

Metas na greve – Os bancários denunciam que mesmo na greve, seguem cobranças absurdas por metas, com assédio moral, mas a Fenaban se recusa a colocar no acordo algo que seja eficaz contra essa pressão que adoece milhares de trabalhadores todos os anos.

Outros nãos – A Fenaban também não apresentou nada para outras reivindicações como PLR maior, o fim da desigualdade entre homens e mulheres, o vale-refeição durante a licença-maternidade, o auxílio-creche/babá maior, auxílio-educação para todos e também na pós-graduação. O vale-cultura, se depender dos bancos, será extinto a partir de dezembro.

Negociação na quinta – Uma nova reunião foi marcada para quinta-feira 15, às 16h, em São Paulo, e a orientação do Comando Nacional dos Bancários é para que os trabalhadores fortaleçam ainda mais a greve em todo o Brasil.

“Os bancários vão para o nono dia de paralisação nacional, nesta quarta-feira 14, e a responsabilidade é dos bancos. Falta respeito aos trabalhadores e aos clientes, caso contrário já teriam feito proposta decente e acabado com a greve”, critica Ivone Silva, secretária-geral do Sindicato.

Mais de mil locais parados – Cerca de 39 mil bancários de São Paulo, Osasco e região fecharam 1.048 locais de trabalho na terça 13, oitavo dia de paralisação. No Brasil, 12.009 unidades foram fechadas.

Organização – Durante todos os dias desta semana, o Comando de Greve se reunirá na sede do Sindicato, sempre às 17h. Todos os bancários podem participar e ajudar a fortalecer a mobilização.

Uma nova assembleia está marcada para segunda-feira 19, na Quadra, a partir das 17h. Leve crachá do banco e documento com foto para o credenciamento.

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