Comunicadores de mídias alternativas, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e estudantis e políticos de partidos ligados à esquerda participam de um ato conta a “Imprensa Golpista”, nesta quinta-feira, às 19h, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, na rua Rego Freitas, 530, centro velho da capital.
A idéia do ato, encabeçado pelo Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, grupo que aglutina comunicadores ligados a mídias alternativas, surgiu num recente encontro de blogueiros na capital paulista.
Eduardo Gimarães, fundador do Movimento dos Sem Mídia (MSM) e um dos idealizadores do ato, afirma que veículos de imprensa tomaram posição na eleição presidencial sem declará-lo. “Há uma clara tentativa de influir no processo eleitoral”, diz.
Guimarães acrescenta que alguns desses veículos “têm uma trajetória de participação em golpes de estado”. “O Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo colaboraram com a Ditadura Militar”, afirma.
Ele salienta que os veículos de comunicação que têm concessão pública, com base em lei, não podem manifestar apoio a qualquer candidato. “Há veículos com concessão pública que está fazendo campanha para José Serra”, acusa.
Na sua opinião, mesmo os veículos impressos, sem concessão, têm de agir com responsabilidade durante as eleições. “Vamos pedir oficialmente, no ato público, respeito à população”, conclui.
Recentemente, em entrevista ao portal Terra, o ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, do DEM, partido alidado do PSDB no Brasil e no Estado, declarou que a mídia havia escolhido José Serra como seu candidato.
A favor da mídia
Para se contrapor ao ato de hoje e repudiar as declarações do presidente Lula, que durante comício em Campinas, no último final de semana, declarou que parte da mídia se posiciona como partido político, intelectuais, juristas e ex-integrantes do governo FHC, como os ex-ministros José Gregori e Reali Júnior, lideram, ontem [quarta], o ato “Em Defesa da Democracia”, no Lardo de São Francisco, também no centro velho de São Paulo.
Além de se contrapor à fala do presidente, o ato, por extensão, apoiou a forma como a mídia está se comportando durante esta campanha eleitoral.
Para Reali Júnior, as falas do presidente [Lula] têm por objetivo dividir o País. “Quem é opositor é contra o povo. Essa é uma grande divisão que se pretende criar”, disse ex-tucano no saguão de entrada da faculdade São Francisco, onde nasceu o ato.
Para o ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, a manifestação é necessária para “dar um basta antes que seja necessário irmos à praça pública lutar contra a ditadura”.
O ato dos opositores às falas de Lula e a favor do que escreve a mídia nestas eleições reuniu cerca de 150 pessoas.