Os trabalhadores de mais duas empresas metalúrgicas instaladas no parque industrial de Sorocaba participaram de atos de mobilização da Campanha Salarial na manhã desta segunda-feira, dia 12.
O primeiro ato, quando o dia ainda estava amanhecendo, envolveu os funcionários da fabricante de baterias Enertec. Em seguida foi a vez dos trabalhadores do Grupo Metso.
Cada ato durou aproximadamente uma hora e chamou a atenção dos trabalhadores pela necessidade de união da categoria para se fechar um bom acordo de reajuste salarial e renovação e ampliação das cláusulas sociais.
O ato na portaria da Enertec se repetiu às 14h horas na entrada do segundo turno.
“A mobilização é a principal arma que os trabalhadores têm para pressionar os patrões na hora das negociações. Sem mobilização, sem atos e protestos, não se fecha bons acordos”, diz o dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.
Grupo 3 não faz proposta
Na manhã desta segunda-feira, 12, houve nova reunião com a bancada do Grupo 3, que representa as fábricas de autopeças, forjarias e parafusos. Novamente não houve propostas e as negociações não avançaram.
“A reunião foi praticamente inócua, pois eles [patrões] não fizeram sequer uma proposta”, diz João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e secretário-geral da FEM (Federal Estadual dos Metalúrgicos).
Nesta terça-feira, 13, haverá novas rodadas de negociações com os grupos 8 e 10.
Categoria pode parar
Embora os patrões estejam marcando negociações para a próxima semana, a categoria metalúrgica na região de Sorocaba pode iniciar paralisações nas fábricas a qualquer momento.
Uma assembleia de metalúrgicos na sede do Sindicato, no último domingo, autorizou a entidade sindical a liderar greves a qualquer momento a partir da próxima segunda.
A inflação medida pelo INPC/IBGE desde a última data-base dos metalúrgicos (12 meses) está acumulada em 7,4%. Isso significa que o reajuste proposto pelo G2 representa apenas 1,02% de aumento real; e o das fundições, 1,49% de aumento real.
Mobilizações na região de Sorocaba
Os metalúrgicos de Sorocaba estão mobilizados para exigir dos patrões reajuste salarial e cláusulas sociais na Convenção Coletiva de Trabalho.
Nos últimos dias o Sindicato já liderou assembleia de mobilização na Jaraguá, ZF, Difran, Wobben, Prysmian, Tecforja, Tecsis, Bardella, CNH/Case, Grupo Schaeffler, Dana, Apex Tool, Syl freios, Jabil, YKK, Metalvic e Edscha.
FEM/CUT e bancadas patronais
A FEM/CUT representa 14 sindicatos de metalúrgicos do estado, incluindo a região de Sorocaba. Essas entidades sindicais, por sua vez, representam 250 mil metalúrgicos, sendo 44 mil em Sorocaba e região.
A FEM negocia com sete bancadas patronais do setor metalúrgico. Confira os grupos patronais:
– Montadoras/acordo firmado por dois anos – 10% de reajuste, sendo 5% de aumento real no período do acordo.
– Fundição/proposta de 9% rejeitada dia 08/09;
– Estamparia de metais;
– Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)/proposta de 8,5% rejeitada dia 08/09;
– Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)/ proposta de 8,3% rejeitada dia 05/09;
– Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)/proposta de 8,5% rejeitada dia 6/09;
– Grupo 10 (reúne os sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)/proposta de 8,2% rejeitada dia 6 de setembro.
Trabalhadores do Grupo Metso também estão moblizados por uma boa companha