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‘Assédio moral é institucionalizado. Empresas fazem vista grossa’, diz médica da Fundacentro

A médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno comentou na segunda, dia27, em entrevista, sobre a campanha lançada pelo Ministério Público do Trabalho de conscientização e combate ao assédio moral

Rede Brasil Atual
Divulgação
Campanha de conscientização e combate ao assédio moral foi lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)

Campanha de conscientização e combate ao assédio moral foi lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)

A médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno comentou nesta segunda-feira (27), em entrevista à Rádio Brasil Atual, a campanha lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de conscientização e combate ao assédio moral. Para ela, é importante atuar de maneira coletiva, dando publicidade às formas de assédio, “para que os trabalhadores possam reconhecê-las, saber que não podem ocorrer, e denunciar”.

A pesquisadora explicou que o assédio moral é a prática de violência psicológica cotidiana exercida nas empresas, que pode ocorrer de diversas formas: “Quando o chefe expõe o trabalhador, seja porque cometeu um erro, porque não atingiu a meta, ou, muitas vezes, sem razão. Quando ignora o trabalhador, quando se cria um clima de medo e apreensão e há uma cobrança excessiva”.

“É importante dizer que isto parte, em geral, do chefe para com os seus subordinados, mas pode contaminar os colegas de trabalho, e começa a se tornar natural”, destacou a médica.

Segundo Maria Maeno, é importante combater a cultura do assédio que, por vezes, é estimulada pelas empresas como uma prática de gestão, no sentido de se criar um clima de maior competitividade entre os funcionários. “O assédio moral é institucionalizado. As empresas contam com essa prática, fecham os olhos, fazem vista grossa, criando as condições para que isso aconteça.”

A pesquisadora ressaltou a importância dos sindicatos no acolhimento aos trabalhadores que denunciam o assédio: “Muitos trabalhadores reconhecem a prática, mas não sabem o que fazer, e acabam se isolando. Isso é o que não pode acontecer. Eles têm de procurar o seu sindicato, o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, o MPT e o Ministério do Trabalho. O importante é não se isolar.”

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