Reunidos em assembleia na noite desta sexta-feira, dia 2, os metalúrgicos de Sorocaba e região aprovaram propostas de reajuste salarial apresentadas pelos grupos patronais 2 e 8 (G2 e G8). As propostas repõem a inflação dos últimos 12 meses nos salários (9,88%). Porém, em algumas faixas salariais a reposição será efetuada em duas parcelas. Nos grupos que se recusam a repor as perdas com a inflação nos salários, as paralisações nas empresas podem começar a qualquer momento.
As propostas salariais do G2 e G8 serão efetuadas da seguinte forma:
1. Os pisos salariais serão reajustados em 9,88% a partir de 1º de setembro.
2. Os salários acima do piso, até o teto salarial do respectivo grupo, terão 7,88% de reajuste a partir de 1º de setembro e 2% a partir de 1º de fevereiro de 2016.
3. Em todas as faixas salariais, até o teto do respectivo grupo, o 13º salário, as férias individuais e as férias vencidas serão pagas com 9,88% de reajuste em parcela única.
4. Em caso de haver demissões entre setembro de 2015 e janeiro de 2016, os vencimentos salariais da rescisão de contrato também serão pagos com 9,88% de reajuste.
5. O teto salarial para o índice de reajuste no Grupo 2 foi fixado em R$ 7.426,45. Salários acima desse valor receberão um aumento fixo de R$ 542,45, retroativos a 1º de setembro.
6. O teto salarial do Grupo 8 ainda está em discussão. Mas a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) acredita que o valor será próximo ao do G2 ou maior.
7. Os acordos garantem que, nas empresas em que forem conquistados valores acima dessas propostas salariais básicas, passa a valer o que for mais vantajoso para os trabalhadores.
Cláusulas sociais
Com a aceitação da proposta salarial, as cláusulas sociais das Convenções Coletivas dos Grupos 2 e 8 serão renovadas, inclusive a que garante estabilidade no emprego, até a aposentadoria, ao trabalhador que tem sequelas devido acidente de trabalho ou doença ocupacional.
Algumas cláusulas podem inclusive trazer avanços para o trabalhador. Mas os detalhes da redação dos acordos serão discutidos nos próximos dias entre a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) e as bancadas patronais.
Alerta de greve
Conforme decisão da assembleia em Sorocaba nesta sexta-feira, correm risco de greve as empresas que fazem parte dos Grupos 3, 10, Estamparias e Fundições (confira no final desta matéria os segmentos de empresas que compõem cada grupo).
O Grupo 3 por enquanto ofereceu apenas 8% de reajuste a partir de 1º de setembro. E nada mais.
O Grupo 10 ofereceu reajustar os salários em 7% a partir de 1º de setembro e 2,88% em fevereiro.
O Grupo das Estamparias, em contato recente com a FEM, sinalizou com a possibilidade de repor a inflação de 9,88% nos salários, mas ainda não formalizou proposta sobre a forma como pretende fazer isso.
Composição dos grupos
O Grupo 2 é composto por fabricantes de máquinas e eletroeletrônicos.
O Grupo 8, por fábricas de trefilação, laminação de metais ferrosos, ferramentas, refrigeração, equipamentos ferroviários, esquadrias, construções metálicas, artefatos de ferro, rodoviários entre outros.
O Grupo 3 é composto por autopeças, forjarias e fábricas de parafusos.
O Grupo 10, por fabricantes de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico, oficinas mecânicas, rolhas metálicas, funilarias, entre outros.
Estamparia, por estamparias de metais.
Fundição, por indústrias de fundição.
Com a decisão da assembleia nesta sexta-feira, as empresas do G2 e G8 estão livres de greves nesta campanha salarial. Nas demais, as paralisações podem acontecer a qualquer momento.
Proposta ou greve
A assembleia dos metalúrgicos em Sorocaba autorizou o SMetal e a FEM a firmarem acordos com os grupos sob risco de greve se eles apresentarem propostas idênticas ou melhores do que as dos grupos 2 e 8.
Tanto a FEM quanto o SMetal têm expectativa que ao menos alguns dos grupos apresentem essas propostas ainda neste final de semana, o que acabaria com o risco de greve nessas empresas. “A falta de disposição da empresa em chegar a um valor satisfatório de reajuste e de renovar as cláusulas sociais da convenção coletiva, com certeza resultará em paralisação”, afirma Adilson Faustino, diretor do SMetal e secretário-geral da FEM.
A FEM/CUT agrega 14 sindicatos de metalúrgicos no estado. No ABC, a assembleia aconteceu ontem, dia 1. Nos próximos dias, os demais sindicatos filiados à Federação também deverão realizar assembleias semelhantes à de Sorocaba e do ABC.
A assembleia nesta sexta-feira foi realizada às 18h30, na sede do SMetal em Sorocaba.
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