Paralisação

Apesar da Toyota, greve continua pacífica na montadora em Sorocaba

Os metalúrgicos da Toyota mantiveram, dia 8, a greve iniciada há uma semana. Apesar da empresa ter rompido um acordo com a PM, que procurava evitar conflitos durante o movimento, não houve incidentes

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Foguinho/Imprensa SMetal

Apesar da empresa romper acordo com Sindicato e manter os portões da montadora abertos, adesão da produção do 2° turno é de 100%

O segundo turno da Toyota, que entraria para o trabalho às 17h, manteve hoje, dia 8, a greve iniciada há uma semana. De manhã, a empresa rompeu um acordo feito por ela com o Sindicato dos Metalúrgicos e a Polícia Militar, que disciplinava o movimento e procurava evitar conflitos. Mesmo assim, nenhum incidente foi registrado, visto que 100% dos trabalhadores da produção seguiram a orientação do Sindicato dos Metalúrgicos, mantiveram a greve e retornaram para suas casas, sem entrar em confronto com ninguém.

A greve na montadora em Sorocaba completou sete dias na tarde de hoje. Os trabalhadores reivindicam reajuste do piso salarial, reajuste do adicional noturno e vale-compra.

Até o início da noite desta terça-feira, dia 8, a empresa não havia procurado o Sindicato para negociar uma proposta de acordo.

Ao romper o acordo com a PM e o Sindicato, a Toyota pretendia praticamente evitar a realização de assembleias de votação da greve em frente à fábrica. Mas a tentativa foi frustrada.

Uma das garantias do acordo era a realização de assembleias sindicais de até 40 minutos na entrada dos turnos, com os portões da empresa fechados, para avaliar o movimento. Após a assembleia, os portões eram abertos e os funcionários poderiam ou não entrar para o trabalho, sem interferência do Sindicato.

Porém, mesmo sem a realização da assembleia, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos conversaram com os trabalhadores antes de eles chegarem ao portão de entrada e, um a um ou em pequenos grupos, eles decidiram prosseguir com a greve e retornar para suas casas.

PM e Sindicato lamentam

Ainda sobre o rompimento do acordo de pacificação da greve, o major Mello, que mediu a reunião com a Toyota e sindicalistas na manhã de hoje, lamentou a decisão da empresa e comentou que, com o rompimento do acordo, “haverá um prejuízo ao policiamento em geral, haja vista que terá que deslocar mais viaturas e policiais para acompanhar a manifestação dos trabalhadores da empresa Toyota”, diz um trecho da ata produzida pelo 7º Batalhão da Polícia Militar de Sorocaba.

O Sindicato dos Metalúrgicos, que vinha cumprindo os horários e demais normas para realização de assembleias para avaliação do movimento, também criticou a decisão da empresa. “O major informou aos representantes da fábrica de que o rompimento do acordo implicaria em tirar viaturas do policiamento das ruas da cidade. Mas a Toyota não se sensibilizou”, afirmou o presidente do sindicato, Ademilson Terto da Silva.

De fato, nas entradas de turnos dos dias anteriores a polícia mantinha duas ou, no máximo, três viaturas na porta da empresa, para acompanhar a manifestação. Na tarde de hoje, após o rompimento do acordo pela empresa, havia pelo menos dez viaturas.

Produção comprometida

A Toyota de Sorocaba foi inaugurada em agosto de 2012 e conta com 1.500 trabalhadores. Ela produz mais de 70 mil unidades do modelo Etios por ano. A produção diária é de mais de 300 veículos. Mas desde o início da greve, a produção caiu para cerca de 10 carros por dia, segundo informações obtidas pelo Sindicato.

Após uma semana de greve, as revendedoras afirmam já haver lista de espera para o modelo Étios e as fornecedoras da Toyota também estão com sua produção comprometida.

As vendas do modelo produzido em Sorocaba vêm crescendo.

De janeiro a setembro deste ano foram emplacadas 48.166 carros Etios no Brasil, de um total de 127.774 veículos Toyota vendidos no Brasil no período. O novo modelo desbancou inclusive o Corolla, que vendeu 37.694 unidades de janeiro a setembro. Os números deste ano são recordes da montadora japonesa no Brasil.

A Toyota, porém, ainda não se dispôs a discutir um acordo com o Sindicato.

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