O preço da cesta básica sorocabana sofreu a terceira alta consecutiva e os 34 produtos básicos de consumo já são vendidos a R$ 611,03. O valor, referente a julho, representa um crescimento de 2,92% em relação a mês anterior — ou seja, R$ 17,31 pagos a mais pelo consumidor. Na comparação com julho do ano passado, o aumento foi de 18,81%. Os dados são apurados pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso). No ano, a cesta básica acumula alta de 9,50%, sendo que a inflação do período, ficou em 5,19% de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15, medido pelo IBGE.
O maior vilão do carrinho de compras foi mais uma vez o feijão carioca, que apresentou a maior alta no mês de julho (26,51%), passando de R$ 9,28 o quilo em junho para R$ 11,74 em julho. Influenciaram a redução da área plantada e problemas climáticos em regiões produtoras. Porém, de acordo com o economista e professor da Uniso, Lincoln Diogo Lima, uma nova safra de feijão deve chegar ao mercado no mês que vem, o que pode ajudar a desacelerar essa alta.
Já o aumento do preço do leite (17,98%) seria comum nos meses de inverno, e puxa o valor dos produtos que o utilizam, como a muçarela. O óleo de soja passou de R$ 3,33 para R$ 3,84 (15,32%). O motivo seria a cotação internacional da soja, que está sendo puxada pela queda na oferta do produto, graças à diminuição da produção nos Estados Unidos.
Entre os produtos com maiores quedas no preço, estão a cebola (-24,02%), sendo cotada a R$ 2,72 o quilo; e a batata (-23,3%), vendida a R$ 4,65. A redução já era esperada, pois o clima de inverno, menos chuvoso, contribui para uma melhor safra da cebola e da batata. O alho teve queda de -6,55%, sendo cotado a R$ 4,42 cada 200 gramas. A razão seria a entrada de uma nova safra nacional e da Argentina.
Na hora da compra
O gerente da Cooperativa de Consumo (Coop) do bairro Árvore Grande, Sérgio Marques, conta que o consumidor tem mudado o comportamento na hora das compras. “As pessoas vêm com o folheto na mão em busca das ofertas”, revela. Uma cena cada vez mais comum é a do consumidor em frente às gôndolas, analisando os preços. Outro fenômeno, independente de classe social, é a migração para marcas mais baratas.
O empresário Alexandre Giannini relata que adotou estratégias. “Passamos a comprar marcas alternativas”, conta. E testar novas marcas resultou em boas descobertas. “Algumas marcas têm nos surpreendido pela qualidade”, disse. Quanto ao feijão, ele conta que a solução foi revezar entre o carioca e o preto, mais barato.
Para o assistente administrativo Aroldo José de Oliveira, a preparação antes das compras ajuda a economizar. Além de fazer uma lista dos itens necessários, procura em folhetos de supermercados as promoções.