Ainda neste mês de maio a indústria metalúrgica deve retomar o pico do nível de emprego de 2008 e alcançar aquela que foi a melhor marca dos últimos 20 anos. Falta apenas a criação de 12 mil postos de trabalho no Brasil para que se chegue aos 2,162 milhões de vagas registrados em outubro de 2008.
A previsão foi feita pelo presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM), Carlos Grana, durante divulgação do estudo “Indústria Metalúrgica – Uma Década de Mudança”, na manhã desta quarta-feira (19), na sede da entidade em São Bernardo do Campo.
Os dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que o setor metalúrgico passou por uma importante expansão na última década. No setor de máquinas para escritório o crescimento foi de 145,7% nos últimos dez anos. Mesmo no setor de metalurgia básica, que sofreu forte impacto da crise em 2009, a expansão foi de 8,7% no período.
O número de postos de trabalho saltou de 1,276 milhão em 2000 para 2,15 milhões em abril de 2010.
Carlos Grana destacou a importância dos acordos promovidos pela CNM/CUT, que resultaram numa média nacional de 14,21% de aumento real em 2009, além da reposição da inflação. Ele admitiu que a média salarial praticada no Brasil é muito desigual, daí à campanha permanente da CNM “Se o preço é nacional, queremos salário igual”.
JORNADA DE 40 HORAS
Como o crescimento da economia está sendo sustentável em todos os setores, Grana afirma que se intensifica a luta pela votação no Congresso Nacional da redução da jornada de trabalho semanal de 44 horas para 40 horas semanais em todo o País.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Valter Sanches, destacou a importância de se intensificar a organização sindical nas fábricas. “Como se pode falar em processo democrático sem essa organização?”, questionou. Mas ele observou que algumas multinacionais já começaram a adotar no Brasil o procedimento que têm com os trabalhadores de suas matrizes, sediadas na Europa, com mais tolerância nas negociações. “Na Alemanha, por exemplo, existe cogestão nas empresas. O trabalhador pode interferir. É por essa realidade que lutamos também”, afirmou.
ANO ELEITORAL
Sobre o comportamento do movimento sindical no ano eleitoral, Grana garantiu que nada muda a batalha por mais acordos e melhores acordos de PLR. “Vai prosseguir a política dos sindicatos de negociar a melhoria do piso salarial, que tem efeito no conjunto dos salários por conta da política de cargos e salários das empresas”, disse. Também continua a briga por reposição da inflação e aumento real.
Sanches lembrou que anos eleitorais são favoráveis à economia e ao emprego por conta, no caso das eleições municipais, da renovação das frotas de ônibus e, nas estaduais, pela aceleração de investimentos em vários setores.