O tema da redação do Enem – realizado no domingo, dia 25 – tirou o fôlego de muitos preconceituosos e machistas (sejam homens ou mulheres): “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
Pessoas como os deputados Jair Bolsonaro (PP) e Marco Feliciano (PSC) quase tiveram um “piripaque” e logo se posicionaram contra o tema. Eles têm seguidores conservadores, infelizmente.
O fato que os incomoda é que cerca de 7 milhões de estudantes fizeram a prova neste ano e portanto, tiveram que parar e refletir sobre as questões da violência e de gênero. Ainda mais, tiveram que escrever sobre o assunto.
É importante lembrar aqui a base da palestra do economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp, Marcio Pochmann, realizada em maio deste ano, na sede do SMetal. Ele ressaltou que é preciso se livrar da herança neoliberal de se pensar a curto prazo e de se ter medo de ousar.
Qual o espaço da juventude nessa discussão? Qual a sua contribuição para a construção de uma sociedade livre do conservadorismo que emperra uma vivência mais igualitária?
Para avançarmos também temos que entrar no debate sobre gênero e raça para acabar com a discriminação e enfrentarmos os desafios de forma coletiva. São temas que abrem espaço para a atuação da juventude trabalhadora, pois o engajamento político é fundamental para contribuir com a transformação da sociedade. Político no sentido amplo do termo, de se integrar o debate sobre as políticas públicas. Mais do que isso, de ajudar a construí-las.
Nesse sentido, o diretor do SMetal e secretário nacional de juventude da CNM/CUT, Silvio Ferreira, participou em Salvador, Bahia, entre os dias 22 e 24 deste mês, do 1º Encontro da Juventude do Macrossetor da Indústria na luta pela promoção da igualdade racial e apresentou as estratégias da CUT com o recorte da juventude trabalhadora.
Está em construção uma proposta de política industrial com a visão dos trabalhadores de diversos segmentos como metalúrgicos, químico, vestuário, construção civil, entre outros. Há muitos desafios em comum e a unidade das confederações deve contribuir na construção de um novo modelo de organização sindical.
Conhecer a realidade dos diversos ramos para construir uma política unitária e planos de ações, pautados também pelo olhar da juventude trabalhadora é um grande passo para o movimento sindical cutista.
O evento teve o apoio da Solidarity Center / AFL – CIO, organização de direitos do trabalhador internacional e foi ocupado pelas discussões sobre a criminalização da Juventude negra no Brasil; a redução da maioridade penal; política de cotas raciais; combate ao Racismo da CUT Nacional, entre outros.
Violência contra a mulher e contra negros e índios são opressões que precisam ser erradicadas e a juventude está no protagonismo do debate.